Opinião

Reciclagem de baterias de veículos elétricos pode ser realidade em breve

Fernando Rizzo, CEO da Tupy, diz que a reciclagem de baterias elétircas é um grande desafio cientifico e tecnológico para toda a sociedade

Reciclagem de baterias de veículos elétricos pode ser realidade em breve

Para desenvolver um processo mais sustentável e que garanta a recuperação de compostos químicos das baterias em fim de vida de veículos elétricos, a Tupy, o BMW Group Brasil e o Senai Paraná firmaram parceria inédita.

Cada parte trará conhecimentos específicos para os estudos dentro de sua área de atuação. A Tupy, dentro da frente da Tupy Tech, tem dedicado seu conhecimento em materiais e metalurgia ao desenvolvimento de tecnologias que contribuam com a jornada de descarbonização dos clientes.

Neste projeto, o objetivo é desenvolver a reciclagem de baterias por hidrometalurgia, processo mais sustentável que a tradicional pirometalurgia, mais utilizada atualmente. A tecnologia envolve menos emissões de gases de efeito estufa e menor necessidade extração de minerais pelos meios tradicionais de mineração.

O Senai Paraná será o executor do projeto e responsável pelas atividades e respectivas entregas dos resultados da pesquisa, que será realizada no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ), em Curitiba (PR).

Já o BMW Group Brasil, pioneiro na eletromobilidade mundial, fornecerá seu conhecimento técnico e as baterias do veículo elétrico BMW i3 para o desenvolvimento do processo de reciclagem por hidrometalurgia. Alinhada com sua estratégia mundial de sustentabilidade e economia circular, a ressíntese dos materiais reciclados, para produção de novas células de baterias a partir do material reciclado, também é uma das entregas mapeadas junto ao ISI-EQ.

Com investimento de R$ 3,4 milhões, o projeto abre uma nova rota para uso de minerais reciclados na fabricação de baterias novas, o que diminuirá sensivelmente a dependência da matéria-prima mineral primária. Com duração de 24 meses, a intenção é que os primeiros resultados sejam avaliados ainda neste ano. O objetivo é a ressíntese do material ativo do cátodo de uma bateria, com material 100% reciclado. Serão obtidos parâmetros de eficiência de todo o processo, da pureza dos materiais reciclados, do índice econômico e do índice ambiental.

“Os compostos químicos são raros na natureza e sua reutilização representa um grande desafio científico e tecnológico para toda sociedade. Essa aliança da Tupy com o BMW Group Brasil e o Senai está alinhada a inúmeras iniciativas mundiais relacionadas à cadeia de valor dos veículos elétricos e, principalmente, à jornada de descarbonização, à qual temos dedicado diversas frentes de pesquisa”, diz Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy.

“Para o setor automotivo, o desenvolvimento do projeto, visando a reciclagem das baterias de lítio e ressíntese do material ativo do cátodo, permitirá às empresas obterem uma tecnologia 100% nacional. A reciclagem e a ressíntese do material para ser reutilizado na fabricação de novas baterias para veículos elétricos é a grande inovação desse projeto e está alinhada com a visão da economia circular de veículos elétricos”, destaca Marcos Berton e Heverson Renan, pesquisadores do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica.

“O BMW Group tem como premissa garantir o futuro sustentável da mobilidade. Estamos desenvolvendo diversos estudos e projetos para o segundo uso da bateria dos veículos elétricos, como o desenvolvimento de estação de recarga para veículos elétricos totalmente desconectados da rede de energia. Essa nova parceria com a Tupy e com o Senai é um passo adiante, pois, no futuro, poderá viabilizar a produção de novas baterias com reduzida extração de matérias primas do meio ambiente”, completa Vivaldo Chaves, Diretor de Sustentabilidade e Infraestrutura do BMW Group Brasil.

 

 

 

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Venda de importados reage em março

As onze marcas filiadas à Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores), com licenciamento de 4.910 unidades, das quais 1.452 importadas e 3.458 veículos de produção nacional, anotaram em março último aumento em suas vendas de 4,3% ante fevereiro de 2022, quando foram comercializadas 4.707 unidades. Comparado a março de 2021, no entanto, a queda é de 16,7%: 4.910 unidades contra 5.891 veículos.

Na importação, as 1.452 unidades vendidas significaram aumento de 20,9% ante as 1.201 unidades de fevereiro de 2022 e redução de 32,9% ante março de 2021; enquanto na produção nacional – com 3.458 unidades – a queda de vendas foi de 1,4% ante as 3.506 unidades do mês anterior e retração de 7,2% em relação a março de 2021.

Com esse desempenho de fevereiro, as marcas associadas à Abeifa fecharam o primeiro trimestre com total de 14.184 unidades licenciadas, 5,8% inferior às vendas dos três primeiros meses do ano passado. Ao separar os números de importados e unidades de produção nacional, no entanto, a disparidade é marcante. Enquanto os importados amargaram baixa de 35,4% (3.887 unidades este ano x 6.017 veículos em 2021), a produção nacional apresentou performance positivo de 13,9% (10.297 contra 9.040 unidades).

Participações

Em março último, com 4.910 unidades licenciadas (importados + produção nacional), a participação das associadas à Abeifa foi de 3,63% do mercado total de autos e comerciais leves (134.894 unidades). Se consideradas somente as 1.452 unidades importadas, as associadas à entidade responderam por apenas 1% do mercado interno brasileiro, enquanto as unidades nacionais, com 3.458 veículos, significaram marketshare de 2,56%.