Política

Pedro Simon pede mobilização por aprovação da prisão em 2ª instância

Considerado um exemplo de integridade na política nacional, Simon resgata o passado lembrando que, no fim da ditadura militar, se Tancredo Neves tivesse ficado mais tempo no poder, a realidade do País atual seria outra

Pedro Simon veio a Cascavel a convite da Univel, para proferir uma palestra
FOTO: ASSESSORIA UNIVEL
Pedro Simon veio a Cascavel a convite da Univel, para proferir uma palestra FOTO: ASSESSORIA UNIVEL

Cascavel – O ex-governador gaúcho e ex-senador Pedro Simon, 89 anos, esteve ontem (25) em Cascavel, e fez uma breve análise sobre a conjuntura da política nacional, sobretudo a expectativa sobre a votação do projeto que retoma a prisão em segunda instância, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (27), proposta que já tramitou na Comissão de Constituição e Justiça do Congresso. “Faço um apelo ao Brasil inteiro… pelo amor de Deus, é o dia mais importante do Congresso, não me lembro de uma decisão com tamanho significado”, diz Simon.

Em 2016, o STF (Supremo Tribunal Federal) concordou que condenados em segundo grau poderiam iniciar o cumprimento da sentença, mesmo que houvesse recursos em análise. A medida foi alterada há um mês, devolvendo a liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a dezenas de outros condenados pela Lava Jato. Para Simon, a soltura de Lula da Silva vai muito além: “Ao lado dos presos tem movimentos de resistência – pessoas querendo soltar Lula, não só PT… mas MDB, PSDB, PP… gente que tem que ter ir para a cadeia, na Câmara e no Senado. Se Lula é solto, ninguém vai para a cadeia. Esse movimento de resistência bateu no Sergio Moro [ministro da Justiça] em uma tentativa de desmoralização… muitos outros serão soltos”, alerta Simon.

Considerado um exemplo de integridade na política nacional, Simon resgata o passado lembrando que, no fim da ditadura militar, se Tancredo Neves tivesse ficado mais tempo no poder, a realidade do País atual seria outra. “O Brasil seria uma grande nação. Falam que Deus é brasileiro, mas [Ele] deveria ter deixado Tancredo por mais tempo”.

Pouco tempo depois da morte de Tancredo, Fernando Collor de Mello foi eleito. “Um garotão sem sentido de nada. Se Collor fosse julgado agora, seria no juizado de pequenas causas”, compara.

O resgate histórico é feito pelo político para demonstrar o quanto o País amadureceu politicamente. “O Brasil tem marcada a corrupção… deputados, senadores, empresários: ninguém ia preso, cadeia era para ladrão de galinha. Com a Operação Lava Jato, houve algo espetacular. O Brasil está mudando”, acrescenta.

Novo governo

Sobre a atuação do Governo Bolsonaro, os elogios vão para a equipe econômica: “Paulo Guedes é um grande homem, capaz competente e responsável, que fez uma coisa acertada: Ministério da Fazenda, Secretaria de Fazenda, Banco do Brasil e Banco Central, todos ligados a ele. Isso é sensacional, por ter uma definição única no governo”.

Ele também elogia o avanço das reformas: “Passamos anos sem reformas e agora elas estão acontecendo… trabalhista, previdenciária, política e tributária…”

Contudo, Simon é mais duro com o presidente Jair Bolsonaro, sugerindo mais comedimento, especialmente após a soltura de Lula, pois os discursos radicais só estão piorando a situação do País.