Política

Pavimentação: Erro em edital eleva o custo de estudo

O governo do Estado decidiu reiniciar o processo de contratação de uma empresa que fará o projeto executivo de engenharia para pavimentação da PR-575 entre Nova Aurora e Tupãssi

Trecho 1 liga Nova Aurora a Cafelândia e trecho 2 Nova Aurora até Jota Esse
Trecho 1 liga Nova Aurora a Cafelândia e trecho 2 Nova Aurora até Jota Esse

Reportagem: Josimar Bagatoli

Nova Aurora – Depois de um ano de questionamentos de empresas concorrentes, o governo do Estado decidiu reiniciar o processo de contratação de uma empresa que fará o projeto executivo de engenharia para pavimentação da PR-575 entre Nova Aurora e Tupãssi, e atender, assim, a uma cobrança antiga da comunidade.

O edital de 2018 sofreu muitos processos das empresas interessadas devido a um item relacionado à exigência de uma licença ambiental que, segundo o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), “estava gerando dupla interpretação. Dar continuidade ao processo nessas condições resultaria em disputas judiciais, que prolongariam indefinidamente a licitação, que poderia acabar não sendo concluída”, informou a assessoria de imprensa do órgão.

Devido à demora, o custo máximo do estudo – conforme orçamento estimado – passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2 milhões. Com isso, o valor pago por quilômetro – apenas pelo estudo – passará dos R$ 68 mil, conforme o edital para seleção de empresa interessada, para R$ 91,2 mil.

A abertura dos envelopes está prevista para 24 de janeiro. O valor será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, cuja verba foi liberada em 2017.

O projeto executivo de engenharia para implantação/pavimentação inclui também o trecho entre Palmitópolis e Cafelândia da PR-574.

Diante da demora na execução desse trecho, os municípios resolveram agir: Cafelândia já executou parte da rodovia com pedras irregulares e agora Nova Aurora iniciará o certame com o apoio do governo estadual. “Houve a liberação e agora vamos pavimentar o trecho que pertence ao Distrito de Palmitópolis – recebemos R$ 670 mil do Estado e vamos entrar com uma contrapartida de R$ 40 mil. O trecho é importante para o escoamento da produção agropecuária, pelo acesso até Cafelândia. O fluxo de trabalhadores na rodovia também é grande”, afirma o prefeito de Nova Aurora, Pedro Leandro Neto (MDB).

A obra é uma cobrança regional, uma das maiores em relação a infraestrutura e logística.

A expectativa da região como um todo é ver pronta a pavimentação entre Nova Aurora e Jota Esse, que proporcionaria um desvio do pedágio na BR-369, em Corbélia, para o escoamento da safra e para o desenvolvimento econômico do extremo-oeste paranaense. “O fluxo de veículos é muito intenso. Temos uma cadeia produtiva que envolve ração para animais, aves, peixes e porcos… A rodovia é importante para nosso desenvolvimento e agora aguardamos a finalização do estudo para que realmente a pavimentação saia do papel”, acrescenta o prefeito.

Valor alto

O valor apresentado pelo DER para atrair as empresas está bem acima do praticado pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Para implantação de pavimentação, o órgão federal mantém uma tabela que limita um máximo de R$ 43,9 mil por quilômetro projetado e mínimo de R$ 36,6 mil. Os valores praticados pelo projeto nesse trecho entre Cafelândia e Tupãssi representam mais que o dobro do estabelecido pelo mercado rodoviário.