Política

Oriovisto e Flávio Arns são eleitos para o Senado

Pesquisas indicavam reeleição de Roberto Requião e em segundo, Beto Richa

Curitiba – Uma das surpresas da eleição foi a eleição ao Senado: Professor Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flavio Arns (Rede) já estavam eleitos com 85% das urnas apuradas, ou seja, tiveram ampla margem em cima dos dois apontados como favoritos pelas pesquisas: o senador Roberto Requião (MDB) e o ex-governador Beto Richa (PSDB).

“Hora marcada com a verdade, e tem hora: 1º de janeiro de 2019. O Brasil tem que ser um novo país. Não dá mais para esperar. Acabar com os privilégios, fazer reforma política, acabar com a corrupção. Vamos continuar brigando, brigando, brigando no Senado para que essas ideias se transformem em realidade. Não será só a minha voz, mas a própria realidade.”

Sem conseguir conter o sorriso, Flávio Arns também comemorou a vitória. Durante toda a campanha ele aparecia atrás nas pesquisas, e seu crescimento surpreendeu nos últimos dias.

Quem é Oriovisto

Oriovisto Guimaraes é empresário, nascido em 12 de agosto de 1945 em Batatais (SP). É um dos fundadores do Curso Positivo em 1972, que fez história entre os pré-vestibulares de Curitiba. Desde então, o empreendimento se desdobrou em um conglomerado que atualmente possuiu gráfica, editora de materiais didáticos, universidade e fabricante de celulares e equipamentos de informática, entre outras iniciativas. É ex-presidente do Grupo Positivo e ex-reitor da Universidade Positivo. Quando jovem, participou de movimentos estudantis que combatiam a ditadura militar (1964-1985). Apesar de ter sido filiado ao PSDB por mais de dez anos, nunca havia disputado uma eleição ou ocupado cargo público.

Quem é Flavio Arns

Flavio Jose Arns é professor de ensino superior nascido em 9 de novembro de 1950 em Curitiba. Sobrinho da médica Zilda Arns, sempre militou na promoção social e na luta por direitos das pessoas com deficiência. Já foi deputado federal, senador, vice-governador e secretário de Estado – atualmente está sem mandato. Numa carreira política curiosa, já esteve no PSDB e no PT e, como completo azarão, elegeu-se senador em 2002, derrotando o ex-governador Paulo Pimentel. Foi vice-governador de Beto Richa e secretário de Educação no mesmo governo.

*Resultado final para senador do Paraná

Escândalos “derrubam” Beto Richa

Dado como eleito até duas semanas atrás, o ex-governador Beto Richa (PSDB) sofreu uma derrota significativa na disputa por uma das cadeiras no Senado pelo Paraná. A derrota tem nome e sobrenome: denúncias de corrupção e prisão. O tucano amargou um sexto lugar.

Desde 2001, Richa vinha ocupando cargos eletivos e não havia perdido uma única eleição.

A campanha de Richa naufragou principalmente depois de ele ter sido preso – em 11 de setembro – em decorrência da Operação Radiopatrulha, que apura um esquema de corrupção em um programa de pavimentação de estradas rurais. O ex-governador foi solto cinco dias depois, após o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter lhe concedido um salvo-conduto.

A governadora Cida Borghetti (PP) chegou a pedir a expulsão de Beto Richa da coligação, mas não houve resposta do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) até ontem. Inclusive, a governadora denunciava um acordo branco entre Beto e o candidato Ratinho Jr., não confirmado por nenhum dos dois.

Desde então o tucano começou a despencar nas pesquisas de intenção de voto especialmente com o crescimento do Professor Oriovisto (Pode) e de Flávio Arns (Rede).

Ao votar na manhã desse domingo (7), no Colégio Estadual Amâncio Moro, em Curitiba, Richa havia se declarado vítima de uma “barbárie”, o que teria sido responsável por “embolar” o cenário. O ex-governador também apontou sua prisão a uma estratégia para “destruir” sua candidatura.

Mas culpar a Operação Radiopatrulha pela derrota é ser ingênuo. Ao longo dos últimos dois anos, Beto Richa teve seu nome implicado em outros escândalos, em especial a Quadro Negro, que evidencia um desvio de quase R$ 30 milhões da Educação.

Novos senadores a partir de 2019
Acre:
Petecão (PSD) e Márcio Bittar (MDB)
Alagoas:
Rodrigo Cunha (PSDB) e Renan Calheiros (MDB)
Amapá:
Randolfe (Rede) e Lucas Barreto (PTB)
Amazonas
Plinio Valerio (PSDB) e Eduardo Braga (MDB)
Bahia
Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD)
Ceará
Cid Gomes (PDT) e Eduardo Girão (PROS)
Distrito Federal
Leila do Vôlei (PSB) e Izalci (PSDB)
Espírito Santo
Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (PPS)
Goiás
Vanderlan (PP) e Jorge Kajuru (PRP)
Maranhão
Weverton (PDT) e Eliziane Gama (PPS)
Mato Grosso
Juiza Selma Arruda (PSL) e Jayme Campos (DEM)
Mato Grosso do Sul
Nelsinho Trad (PTB) e Soraya Thronicke (PSL)
Minas Gerais
Rodrigo Pacheco (DEM) e Jornalista Carlos Viana (PHS)
Pará
Jader Barbalho (MDB) e Zequinha Marinho (PSC)
Paraíba
Veneziano (PSB) e Daniella Ribeiro (PP)
Paraná
Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede)
Pernambuco
Humberto Costa (PT) e Jarbas (MDB)
Piauí
Ciro Nogueira (PP) e Marcelo Castro (MDB)
Rio de Janeiro
Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD)
Rio Grande do Norte
Capitão Styvenson (Rede) e Drª Zenaide Maia (PHS)
Rio Grande do Sul
Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT)
Rondônia
Marcos Rogério (DEM) e Confucio Moura (MDB)
Roraima
Chico Rodrigues (DEM) e Mecias de Jesus (PRB)
Santa Catarina
Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR)
São Paulo
Major Olimpio (PSL) e Mara Gabrilli (PSDB)
Sergipe
Delegado Alessandro Vieira (Rede) e Rogerio Carvalho Santos (PT)
Tocantins
Eduardo Gomes (Solidariedade) e Irajá (PSD)

Só oito de 33 se reelegeram

A eleição para o Senado Federal deixa fora do Congresso políticos de renome, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG); o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE); o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP); o senador Cristovam Buarque (PPS-DF); e o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE).

Dos 33 senadores que tentaram a reeleição, oito conseguiram votos para voltar: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ciro Nogueira (PP-PI), Humberto Costa (PT-PE), Jader Barbalho (MDB-PA), Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Sérgio Petecão (PSD-AC).

A eleição do Rio de Janeiro foi a que causou maior desfalque: foram derrotados os senadores Lindbergh Faria (PT) e Eduardo Lopes (PRB).

Os eleitores do Maranhão tiraram do cenário nacional o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado Sarney Filho (PV).

Os senadores Garibaldi Alves Filho (MDB-RN), Antônio Carlos Valadares (PSB), Roberto Requião (MDB-PR), Valdir Raupp (MDB-RO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Vicentinho Alves (PR-TO), Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Lúcia Vânia (PSB-GO), Wilder Morais (DEM-GO), Magno Malta (PR-ES), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Waldemir Moka (MDB-MS), Benedito de Lira (PP-AL), Angela Portela (PDT-RR) e Paulo Bauer (PSDB-SC) não foram reeleitos.