Opinião

OPINIÃO: O Brasil e o Índice de Desenvolvimento Humano de 2018

Com relação ao ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), relativo ao ano de 2018, o povo brasileiro não tem o que comemorar neste fim de ano.

Conforme o relatório de setembro último, pelo terceiro ano consecutivo o Brasil permaneceu na 79ª posição no ranking que levantou e analisou dados de 189 países.

Não bastasse essa pouco honrosa colocação, a situação foi ainda pior no item exclusivo da desigualdade social, pois o País caiu 17 posições nesse importante indicador de desenvolvimento humano.

Analisado todos os anos pelo Pnud, o IDH vai de zero a um ponto em cada item, como saúde, educação e renda da população. Em 2018, o Brasil alcançou o IDH de 0,759, com pequena melhora em relação a 2017, de 0,001 ponto.

A melhora no IDH brasileiro, segundo especialistas, ocorreu em índices de saúde e renda, embora os números relativos à educação se mantivessem estáveis.

Enquanto isso, desde 2015 o País está estagnado no que se refere à expectativa de anos de escolaridade dos cidadãos, que em 2018 ficou em 15,4 pontos. A média de anos de estudo do brasileiro também se manteve a mesma de 2016, com 7,8 pontos.

A média de anos de estudo representa o tempo de escolaridade de pessoas com 25 anos ou mais, sendo indicador que mais sofre impacto de desempenho de gerações anteriores.

Já na expectativa de escolaridade é considerado o período de estudo que se planeja para a criança que ingressa no sistema de ensino. Com isso, a criança brasileira que foi matriculada neste ano numa escola deverá estudar, em média, 15,4 anos. Outro importante item analisado no levantamento do IDH é a esperança de vida da criança ao nascer.

A expectativa de vida de brasileiros passou de 75,5 anos, em 2016, para 75,7, em 2018. A renda nacional bruta, dimensionada na moeda norte-americana, apresentou elevação de 13.730 dólares para 13.755 dólares no período.

O número, porém, ficou abaixo do valor de 2015, quando a foi de 14.350 dólares. Na avaliação das desigualdades de 151 países, o IDH avaliou a perda do desenvolvimento humano, devido à variação da distribuição de renda.

Com relação a esse índice, o Brasil perdeu 17 posições no ranking mundial, caindo de 0,759 para 0,578 ponto, o que colocou o País na categoria de “médio” desenvolvimento.

A redução representou queda de 23,9% do IDH, deixando o Brasil em 3º lugar entre os países que mais perderam percentualmente nesse índice na América do Sul, atrás do Paraguai, com 25,5%, e da Bolívia com 25,8%.

No levantamento, o Pnud estabeleceu três dimensões de desigualdade entre os países analisados. No caso do Brasil, o pior índice ficou na distribuição de renda, com 0,471 ponto, seguida da educação, com 0,535 ponto e na expectativa de vida, com 0,765.

Menos mal que o Brasil apresentou o quinto melhor IDH entre países da América do Sul, perdendo para o Chile, com 0,843 ponto, Argentina com 0,825 ponto, Uruguai com 0,804 ponto e Venezuela com 0,761.

Mas quando comparado aos países que fazem parte do Mercosul, o Brasil só ficou na frente do Paraguai, com 0,702 ponto, ocupando a 110ª posição do ranking mundial.

Na comparação com países do Brics, o Brasil apresentou o IDH menor que o da Rússia, com 0,816 ponto, mas superou a China, com 0,502 ponto, seguida pela África do Sul, com 0,618 ponto e, por fim, a Índia com 0,427 ponto. Esperamos agora melhor resultado em 2019.

Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná licenciado e chefe da Casa Civil do Governo do Estado – [email protected]