Opinião

O jornalismo corre perigo

Por Carla Hachmann

O maior jornal do mundo, o The New York Times lançou ontem um alerta global: o ataque contra os jornalistas e o jornalismo que vem ocorrendo no mundo todo.

A mudança política ocorrida em alguns países, a começar pelo próprio Estados Unidos, mudou drasticamente a forma com que a imprensa vem sendo tratada. A campanha implacável lançada pelo presidente Donald Trump aos jornalistas fez com que os 200 maiores veículos de comunicação norte-americanos assinassem uma carta conjunta em repúdio aos ataques sofridos e caluniosos, que tentavam minar a credibilidade da imprensa e fazer com que a população deixasse de ouvi-la.

Pois isso se estendeu a outros países e a própria disseminação das redes sociais tem sido o caminho usado para confundir a sociedade e, assim, pôr em dúvida as verdades desconfortáveis reveladas e se eximir de prestar contas. Assim, nos últimos anos um número crescente de governos tem adotado medidas abertas para desacreditar o trabalho dos jornalistas.

“Este é um ataque em todo o mundo contra os jornalistas e o jornalismo. Mas, mais importante ainda, é um ataque ao direito da sociedade de saber, um ataque contra valores democráticos fundamentais, contra o próprio conceito de verdade”, cita o artigo.

Em alguns desses países, a campanha adotada, além dos ataques diretos e públicos, é o esgotamento financeiro. O modelo de negócio baseado em publicidade que apoiava o jornalismo entrou em colapso, fechando redações inteiras.

É importante destacar que esse não é somente um problema dos repórteres: é um problema de todos, porque é dessa maneira que líderes autoritários enterram a informação crucial, ocultam a corrupção e até justificam o genocídio.