Opinião

O drama das queimadas

Por Carla Hachmann

Há nove meses, o mundo se solidarizava com as queimadas na Califórnia, A temporada de incêndios florestais de 2018 foi a mais mortal e destrutiva no registro da história da Califórnia, com 8.527 incêndios que destruíram 7.664,394km², e deixou pelo menos 40 mortes.

Em julho, foi a vez da Europa arder. Na Grécia, ao menos 74 pessoas morreram. A situação se repetiu na Suécia, onde 25 mil hectares de florestas foram consumidos pelo fogo, assim como na Finlândia, uma extensa área de floresta também virou cinzas. Há um ano, uma onda de incêndios deixou 117 mortos em Portugal.

Agora, os olhos do mundo se voltam para a Amazônia. O “pulmão do mundo” virou uma densa fumaça.

Em todo o Brasil, o número de queimadas este ano já é 70% que o registrado ano passado, mas a mais da metade se concentra na floresta amazônica, inclusive em áreas de preservação.

São milhares de focos distintos, o que dificulta ainda mais o trabalho dos bombeiros.

Mas o que está havendo? Estamos, literalmente, queimando nossa casa, nosso meio de sobrevivência, nosso mundo.

Em meio à polêmica sobre o desmatamento na Amazônia, há até acusações de incêndios propositais. Isso é um crime contra a vida, do ser humano e dos milhares de animais que estão morrendo em meio às chamas.

Se existem responsáveis, é preciso ir atrás e puni-los. Não se pode ignorar esse tipo de atentado à vida. Mas, acima de tudo, é preciso encontrar formas de prevenir e evitar que isso volte a se repetir.

A mata destruída pelo fogo leva dezenas de anos para se recompor, e algumas espécies jamais voltam a brotar no mesmo local, gerando um grande desequilíbrio da flora e da fauna. A natureza é sábia e resistente, mas ela precisa de ajuda, antes que desista de nós.