Cotidiano

Nicácio e Peixoto voltam ao Consamu; acordo pode sepultar CPI

Um acordo entre a presidência do Consamu e a Prefeitura de Cascavel teria posto fim à crise

Nicácio e Peixoto voltam ao Consamu; acordo pode sepultar CPI

Parece que a polêmica em torno do Consamu (Consórcio Intermunicipal SAMU Oeste) deve chegar ao fim. Após a ameaça de abertura de CPI na Câmara para investigar um suposto boicote a Cascavel e o “desabafo” do secretário de Saúde de Cascavel no qual acusa o presidente do Consamu de “estar matando por vaidade”, os pivôs da crise são recolocados e a poeira assenta.

Ontem o médico Rodrigo Nicácio confirmou que aceitou o convite para voltar à direção técnica do Consamu. “Já dei meu ok e agora tudo depende dos trâmites burocráticos. Mas é provável que na quinta ou na sexta-feira da próxima semana já esteja de volta ao cargo. Tenho compromissos marcados fora do Estado no início da semana, assim que retornar posso assumir”, disse Nicácio.

Ele havia sido exonerado e avisado da demissão por mensagem de WhatsApp no dia 13 de março, sem justificativa. A saída de Nicácio e outros dois diretores causou desconforto geral. A Prefeitura de Cascavel demonstrou descontentamento com a notícia, já que não havia sido consultada a respeito.

A queda de braço envolveu então o diretor-geral do Consórcio, José Peixoto, que foi exonerado na mesma ocasião e renomeado. Só que, como Peixoto é servidor da prefeitura, para voltar ao Consamu era preciso autorização do prefeito Leonaldo Paranhos, o que só foi assinado no fim da tarde de quarta-feira (16).

Um acordo entre a presidência do Consamu e a Prefeitura de Cascavel teria posto fim à crise. Peixoto liberado com a condição de que Nicácio voltasse à função.

A reportagem do HojeNews entrou em contato com o presidente do Consamu e prefeito de Palotina, Jucenir Stenzler, mas, novamente, ele não atendeu às ligações. O prefeito Leonaldo Paranhos também foi procurado sem sucesso.

Superlotação UPAs

Muito pior que o desconforto político que as exonerações causaram foi o prejuízo para os pacientes que lotam as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel.

Na última segunda-feira havia 48 pacientes à espera de leitos hospitalares. O boicote a Cascavel foi denunciado pela mensagem enviada pelo secretário de Saúde de Cascavel, Rubens Griep, ao presidente do Consamu, na qual o acusava de matar pessoas por vaidade e ameaçava não repassar mais o pagamento ao consórcio. Cascavel responde hoje por mais da metade do orçamento do Consamu.

O Consamu negou o boicote e disse que os hospitais de referência estariam lotados, impossibilitando as transferências de pacientes.

Sem desconforto

Rodrigo Nicácio disse ontem que o desconforto e o descontentamento ficaram no passado: “Tivemos [todos] que iniciar uma nova história. Após longas conversas com [José] Peixoto e Jucenir [Stenzler], houve um compromisso de trabalharmos juntos, novamente, em prol do Consamu, que é muito maior que qualquer um de nós, sobretudo pela relevância para a saúde da região e qualidade dos serviços prestados. Estou motivado, ciente das responsabilidades e cobranças que receberemos”, frisa Rodrigo.

Ele também fez questão de ressaltar o trabalho da equipe do Consórcio: “O Consamu é muito mais do que eu e o Peixoto. Nós somos líderes, mas quem faz tudo dar certo são os 750 funcionários que estão lá trabalhando mesmo na nossa ausência para que tudo funcione. O trabalho de todos fez com que nesses pouco mais de cinco anos 400 mil pessoas fossem atendidas”, complementa Nicácio.