Opinião

Não é hora de enfrentamentos

Por Carla Hachmann

As eleições do ano passado dividiram o País. Uma divisão cheia de ideologia, xingamentos e rompimentos. Começou nas redes sociais e se estendeu até nos núcleos familiares, separando literalmente pessoas do convívio de entes queridos devido à incompatibilidade de candidato.

Desde então, essa discórdia continua. Se você não é uma coisa, você é a outra coisa. Não existe meio termo e normalmente essa “qualificação” já vem com ofensas.

Parece que no Brasil só existem dois grupos: os bolsomínions e os petralhas. Detalhe: sempre no sentido pejorativo mesmo.

A saída do ex-presidente Lula da prisão, na última sexta, e o consequente palanque que ganhou devem acirrar essa divisão. A julgar pelo “tom” de seus primeiros discursos, não espere debate de alto nível. O jogo deve ficar ainda mais pesado, e a divisão se acentuar.

Não é o momento de enfrentamentos internos. Tampouco agravar as divisões já existentes. O País patina para tentar sair da crise para poder recuperar o tempo perdido, e o lançamento dos projetos para reestruturar o Estado e estimular a economia pode ficar em segundo, terceiro plano. Nesse caso, todos sairão perdendo.

Faltam quase três anos para as próximas eleições à Presidência. O Brasil não pode pagar o preço dessa polarização. É preciso união. Esforços conjuntos. Trabalho. Dedicação.

Deixem o debate político para o tempo certo. Deixem o enfrentamento para o período certo. Afinal, não temos tempo a perder.