Opinião

Mais um sinal de alerta

Por Carla Hachmann

A divulgação dos dados do emprego formal foi mais um sinal de que a economia precisa de mais atenção. Embora especialistas tentem minimizar o resultado vermelho de março, com o fechamento de 179.543 postos de trabalho com carteira assinada no País em um mês sob a justificativa de que foi reflexo do bom desempenho de fevereiro, o comportamento pode ser explicado de outra maneira: a confiança está acabando.

Muitos empresários estenderam as contratações de fim de ano o que puderam na esperança de que dias melhores viriam. O otimismo que abraçava o Brasil em janeiro não tem se sustentado sem as ações de contrapartida prometidas e os recuos estão sendo cada vez mas repetidos e seguidos.

Toda semana há revisão para baixo da previsão do PIB deste ano e nesta última o corte foi quase que a metade do registrado nos quase quatro meses.

Os sinais de alerta têm sido muitos. Enquanto oposição fica xingando de “tchutchucas” e “tigrões”, o País patina. Aprovar a reforma não é mais questão de governo ou de promessa: é questão de sobrevivência.

Estudo divulgado na página 7 desta edição revela estimativa de quanto os estados e os municípios “poupariam” com a nova Previdência. Porque, enquanto se discute o rombo nacional, ignoram o efeito cascata da reforma, e os impactos que ela trará diretamente nas prefeituras que já não sabem mais para onde correr.

Ninguém quer perder, seja parte do seu salário para contribuição, seja seu discurso populista. Mas se continuar esse jogo, não haverá vencedores.