Começa nesta segunda-feira (23) o júri popular de cinco pessoas acusadas de envolvimento na morte de uma psicóloga da Penitenciária de Catanduvas, no oeste do Paraná. O julgamento será feito a partir das 9h, em Curitiba.
Melissa de Almeida Araújo foi morta a tiros em maio de 2017, em Cascavel, também no oeste do estado. Um inquérito da Polícia Federal (PF) apontou que a morte da psicóloga foi encomendada por uma facção criminosa.
Conforme as investigações, Melissa e o marido, que é policial civil, foram vítimas de uma emboscada por parte de uma facção que atua fora e dentro de presídios.
A PF e o Ministério Público Federal (MPF) acreditam que a morte tenha sido motivada para demonstrar um descontentamento com o regime disciplinar adotado em unidades do sistema penal federal.
Os acusados do crime são:
- Edy Carlos Cazarim: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, receptação dolosa e incêndio doloso.
- Wellington Freitas da Rocha: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e receptação dolosa.
- Elnatan Chagas de Carvalho: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito.
- Roberto Soriano: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado.
- Andressa Silva dos Santos: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.
Outras duas pessoas são acusadas de participação nos crimes. Apesar disso, os dois suspeitos estão mortos.
Somente um dos acusados participará do júri presencialmente, sendo que os demais vão prestar depoimento de forma virtual.
Ao todo, 26 pessoas devem ser ouvidas durante o julgamento.
O caso corre sob segredo de Justiça.
O que dizem as defesas
A defesa de Wellington Freitas da Rocha disse que não irá se manifestar antes do início do júri.
O advogado de Andressa Silva dos Santos informou que não há provas contra a ré e que ela não tem ligação com os crimes.
Em relação ao acusado Roberto Soriano, a defesa não se manifestou.
Os réus Edy Carlos Cazarim e Elnatan Chagas de Carvalho serão representados pela Defensoria Pública da União (DPU), que afirmou em nota que cumpre as obrigações institucionais pela observância da legislação.
A assistente de acusação, Adriana Regina Barcellos Pegini, informou que a família de Melissa está confiante no trabalho do MPF e do Poder Judiciário.
Relembre o caso
Melissa Almeida, de 37 anos, foi assassinada no dia 25 de maio, quando chegava em casa, em um condomínio no Bairro Canadá, em Cascavel. O carro em que ela, o marido e um filho do casal estavam ficou cheio de marcas de tiros de fuzil.
O marido, que é policial civil, chegou a trocar tiros com os criminosos e ficou ferido. Um dos suspeitos também foi morto. Já a criança não foi ferida.
A psicóloga trabalhava na unidade de Catanduvas desde 2009 e integrava uma comissão que avalia as condições psicológicas dos presos.
As investigações, que duraram seis meses, apontaram que sete pessoas participaram do crime.
Conforme a PF, o assassinato foi uma vingança e uma forma de tentar intimidar o trabalho dos agentes penitenciários no sistema prisional federal.
Além disso, ordem para o assassinato da agente foi dada de dentro da Penitenciária de Catanduvas, segundo a polícia.
Reportagem: G1 Paraná