Cotidiano

Hidrelétrica: Usina do Baixo Iguaçu opera com força total

Aneel já autorizou a operação comercial da terceira e última unidade geradora da hidrelétrica

Hidrelétrica: Usina do Baixo Iguaçu opera com força total

Capanema – Desde ontem (10), a Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu já pode produzir energia com força total. A operação comercial da terceira e última unidade geradora do empreendimento foi liberada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em despacho publicado no Diário Oficial da União.

A usina recebeu R$ 2,4 bilhões em investimentos e conta com três grupos geradores que somam 350 megawatts (MW) de potência instalada – o suficiente para atender mais de um milhão de pessoas. A usina fica no trecho final do Rio Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, no sudoeste do Paraná.

O empreendimento

A Copel detém 30% de participação na Usina Baixo Iguaçu, que é o último aproveitamento energético do principal rio paranaense, onde já existiam outras cinco hidrelétricas de grande porte: Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia), Governador Ney Braga (Segredo), Governador José Richa (Salto Caxias) estas três pertencentes à Copel, além de Salto Osório e Salto Santiago.

As obras de instalação de Baixo Iguaçu começaram em 2013 e, no pico, chegaram a contar com mais de 3 mil trabalhadores. Os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques foram beneficiados com o aumento na arrecadação de impostos e geração de empregos durante a construção. Agora, com o início da produção de energia, a usina passa a pagar também uma compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos, aumentando a receita das prefeituras.

Uma barragem erguida no leito do Rio Iguaçu permitiu a formação de um reservatório que tem apenas 31,6 km² de superfície – considerado bastante pequeno em comparação com outras hidrelétricas do mesmo porte, operando “a fio d’água”, o que significa que não terá a função de acumular grande volume hídrico para regularizar a vazão do rio.

A casa de força – onde ficam os grupos de turbinas e geradores – é do tipo abrigada e fica em Capanema, na margem esquerda do rio. Um conjunto composto por subestação e linha de transmissão também foi construído para conectar a usina ao Sistema Interligado Nacional, escoando energia através da subestação Cascavel Oeste. A usina também foi conectada à subestação Realeza Sul, através da linha de transmissão construída pela Copel.

Mais investimentos

A Copel deve iniciar ainda este ano a instalação de mais um empreendimento de geração de energia no sudoeste do Paraná: a Pequena Central Hidrelétrica Bela Vista, que terá 29 MW de potência e deve absorver quase R$ 200 milhões em investimentos.

O empreendimento está previsto para o Rio Chopim, com barragem localizada entre os municípios de Verê e São João. A Companhia aguarda a emissão das licenças ambientais para iniciar as obras. O projeto prevê também a instalação de uma subestação elevadora e uma linha de transmissão na tensão de 138 kV com aproximadamente 18 km de extensão para conectar a PCH à subestação Dois Vizinhos.

Paraná tem mil km de praias de água doce

Guaíra – Numa das pontas, o projeto Angra Doce e suas dezenas de ilhas, prainhas e cachoeiras; na outra, nada menos que as Cataratas do Iguaçu e o Lago de Itaipu. No meio, tanta água e tantas atrações aquáticas que são capazes de fazer inveja aos mais belos e disputados litorais do País.

É verdade que o Paraná tem o menor litoral entre os estados da costa brasileira. Em compensação, tem uma extensão de mais de mil quilômetros de rios contínuos que marcam a divisa do estado com São Paulo, ao Norte; a divisa com o Mato Grosso do Sul no Noroeste, e a fronteira com o Paraguai, a Oeste.

De uma ponta a outra, os rios Paranapanema e Paraná desenham os contornos do Estado somando incontáveis praias de água doce em margens aumentadas pelos imensos lagos das usinas Chavantes, Capivara, Taquaruçu, Rosana e Itaipu. É espaço para praias, banhos, esportes aquáticos, cachoeiras, matas, resorts e diversão. E muito investimento numa atividade sustentável, que contribui para a preservação ambiental.

“O circuito de água doce é prioritário para o desenvolvimento do turismo”, explica o diretor-presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl, ao falar dos planos da atual administração para melhorar a infraestrutura e incentivar novos empreendimentos. A ideia, segundo ele, é desenvolver o turismo como uma opção econômica, com a geração de empregos e renda, e melhoria da qualidade de vida da população.

Porto Rico

A enorme extensão de rios é como se fosse um litoral interno, sem nada a dever aos prazeres proporcionados pelas águas salgadas dos oceanos. Praticamente no meio desses mil quilômetros está o município de Porto Rico, lugar especial para mergulho.

De acordo com o secretário de Turismo da cidade, Christian Begosso, a população da cidade, de 2,6 mil habitantes, chega a 14 mil na temporada, movimentando hotéis, pousadas, restaurantes e serviços turísticos. Além disso, a vantagem é que temporada chega a oito meses por ano, com uma média de temperatura variando entre 28 e 32 graus.

Porto São José

Outro polo turístico que chama a atenção é o Porto São José, distrito de São Pedro do Paraná. O destaque é a festa do padroeiro, com missa no deslumbrante cenário à beira-rio; e concursos de pesca, como o que acontece no começo de maio para comemorar a Festa do Jaú.

Portal do Pantanal Paranaense

No outro extremo, no lado oeste do mapa, um pouco antes de chegar a Foz do Iguaçu, mas já às margens do Lago de Itaipu, está Guaíra, cercada também pelo Rio Paraná num trecho que recebe o pomposo título de “maior arquipélago da América do Sul”. Os títulos não param por aí – a região é chamada de portal do Pantanal Paranaense, um importante corredor da biodiversidade, onde estão pelo menos 200 ilhas e uma riquíssima fauna.

Entre Guaíra e Foz do Iguaçu, o reservatório de Itaipu, com 170 quilômetros de extensão, banha 16 municípios – 15 no Paraná e um do Mato Grosso do Sul – e oferece uma infindável lista de atrações aquáticas.

Em Guaíra, um museu e uma igreja guardam lembranças das Sete Quedas alagadas para dar lugar à Usina de Itaipu – no museu estão animais capturados na região, arte indígena e objetos que marcaram a passagem de espanhóis e portugueses; já a Igreja de Pedra Nuestro Señor del Perdón foi erguida com pedras encaixadas retiradas das quedas antes do alagamento.

Por ali também pode ser visitado o Cruzeiro das Américas, datado de 1556, talvez a marca mais antiga da presença dos espanhóis em terras brasileiras. O cruzeiro fica junto ao Centro Náutico Marinas, uma área de lazer em forma de aldeia que oferece atividades culturais, esportivas e de lazer, base náutica e sete pavilhões para eventos, entre eles a Festa das Nações, o mais tradicional do município.

Destino turístico do Paraná mais visitado por estrangeiros, Foz do Iguaçu, tem nas Cataratas do Iguaçu seu principal atrativo – 275 quedas de água que se estendem por quase cinco quilômetros do Rio Iguaçu. Foz abriga também a Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em geração de energia, o Parque das Aves e o Marco das 3 Fronteiras, na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina.