Política

Giro político do dia 29 de março de 2019

Escolta aos ameaçados

Vereadores chegaram à Câmara de Cascavel escoltados ontem, após o que entenderam como ameaças disparadas por Damasceno Júnior pelo WhatsApp na noite anterior. O agora cassado enviou vídeos em que parlamentares foram atacados a bombas. O caso foi denunciado para a Polícia Civil. O relator da Comissão de Ética, Misael Júnior, contratou uma equipe de segurança que o escoltou até a Câmara. Alécio Espínola, presidente da Casa, também teve reforço policial de casa até a Câmara.

Câmara nova

Alécio Espínola entra para a história do Legislativo de Cascavel como o primeiro presidente a conduzir uma cassação de mandato e de forma muito dinâmica, eficiente e coerente. Não deu lado para “mimimi”. Essa não foi a primeira vez que um parlamentar é denunciado, mas as investigações sempre terminaram em pizza. Teve o caso de Rui Capelão, em 2001, que assinou papel comprando votos e mesmo assim foi absolvido, depois condenado pela Justiça Eleitoral. Teve Mário Seibert, denunciado por usar uma van para transportar pacientes, em 2007, também foi absolvido. Teve Paulo Bebber, em 2014, acusado de pedir “500 paus” de propina para liberação do conjunto Rivieira, absolvido, mesmo tendo passado mais de 100 dias preso.

Injustiças?

O advogado Armando Souza chegou a citar os dois casos – de Mario Seibert e Paulo Bebber – como exemplos. Disse o advogado que – apesar da absolvição na Câmara – o Ministério Público abriu processos que “acabaram com a carreira política deles”. Ambos foram absolvidos também pela Justiça – Seibert no caso da van e Bebber no caso de funcionários fantasmas. No entanto, “não vi um promotor pedir desculpas”, disse o advogado.

Fogueira acesa

Armando comparou a tribuna a uma condenação medieval: “Uma caça às bruxas, condenação sumária, inclusive com antecipação de votos antes da sessão de julgamento.”

Boca de Cascavel

Jorge Bocasanta também quis deixar seu nome na história. Mas de maneira negativa. Criticou a imprensa por não dar notoriedade a investigações do gabinete dele, atacou o Ministério Público e defendeu Damasceno, dizendo que era uma “tempestade em copo d’água”. Reforçou que há colegas que também pegam dinheiro de assessor. Ao votar, em vez de “favorável” ou “contra”, disse que seguia o voto de Rafael Brugnerotto, que usou seu espaço para criticar o trabalho da Comissão de Ética. Perderam a oportunidade de contribuir com a limpeza que a população espera.

Pautas positivas

Passada a turbulência, Espínola quer deixar a marca da renovação na Câmara: “Essa foi uma sessão desgastante e uma cassação que nos causa constrangimento. Porém, vamos superar isso e trazer para a Câmara pautas positivas”.