Política

Giro político do dia 10 de setembro de 2019

A Câmara e suas incongruências

Não é inédito, mas toda vez que acontece ainda surpreende. Mais um caso que para esse pode e aquele não pode. Agora, o assunto é o transporte coletivo. Isso porque a Comissão de Justiça disse que não cabe à Câmara legislar sobre contrato, dando parecer contrário e sepultando projeto sobre a volta dos cobradores aos ônibus e flexibilidade no pagamento das tarifas, hoje restrito aos cartões da ValeSim. Pois em 2015 esses dois meses assuntos foram instituídos por meio do mesmo sistema barrado agora. Ou seja, se essa alteração é ilegal mesmo, como foi aprovado em 2015 projeto que implantou a bilhetagem eletrônica e retirou os cobradores de cena? O jeito é ir à Justiça.

Bom para quem?

Após o polêmico reajuste das tarifas, que previa elevar a passagem para R$ 4,15, no início do ano, a “combinada” auditoria nas planilhas das empresas do transporte público ficou bem escondidinha na gaveta. Agora, essa nova proposta foi novamente acompanhada de perto pelos empresários do setor. Pelo que se comentava ontem, nos corredores da Câmara, a votação foi muito bem articulada antes do início da sessão.

Jurídico ou político?

Ontem os vereadores levantaram uma questão que torna divergente a função que ocupam: defendem os interesses da população e ferem as leis? “Às vezes precisa votar politicamente e não juridicamente”, declarou Rafael Brugnerotto (PSB), que também é advogado.

Sem medo das vaias

O vereador Jorge Bocasanta (Pros), que há pouco tempo teve várias queixas registradas na Polícia Civil por servidores da Companhia de Trânsito ofendidos pelo parlamentar durante sessão, novamente não conteve o vocabulário. Bocasanta disse que entidades como o Conselho Tutelar e o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes) também deveriam ser extintas.

Mulher no comando

A chapa Lula Livre Cascavel ganhou a eleição da executiva do PT em Cascavel. Sai Dani Braz e assume Glades Rossi, assessora de Zeca Dirceu, filho do ex-ministro condenado Zé Dirceu. Ela venceu o processo realizado domingo e tinha como adversário ex-vereador Aderbal Mello, da chapa Sempre na Luta. E venceu de lavada. Foram validados 262 votos, sendo 212 para Glades e 25 para Aderbal, que pretende entrar com recurso contra o processo.

Guerra à Agepar

Os vereadores Celso Dal Molin e Romulo Quintino enfrentaram resistência da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) em audiência pública realizada semana passada em Cascavel e ontem, na tribuna, Dal Molin rechaçou o evento que, para ele, nada teve de audiência pública, pois ninguém pôde falar, apenas a Agepar. “Querem vir aqui e levar algo pronto a Curitiba e dizer que a população aceitou. Não vamos admitir isso”, assegura o parlamentar, que pretende procurar a Justiça para suspender os efeitos da audiência.