Opinião

Estradas assassinas

Acidentes de trânsito nas rodovias federais do Paraná. Esse é o tema do editorial do Jornal O Paraná desta quarta-feira. Confira!

Por Carla Hachmann 

O Paraná “comemora” os números de acidentes e mortes nas rodovias federais do ano passado divulgados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). Comemora porque é o segundo menor índice em dez anos. Mesmo assim, é incrível pensar que 500 pessoas perderam a vida e outras 8,5 mil ficaram feridas, algumas com graves sequelas, por causa de imprudência, descuido ou descaso.

É como se quatro pessoas morressem a cada três dias, e uma ficasse ferida por hora no Estado.

Conforme a própria polícia, que atende esses casos in loco, as principais causas dos acidentes que custaram vidas foram falta de atenção do condutor (21% das mortes); falta de atenção do pedestre (17,2%); desobediência às normas de trânsito pelo condutor (16,8%); velocidade incompatível (16,4%); ultrapassagem indevida (6,2%), ingestão de álcool (4,6%); sono (3%); e desobediência às normas de trânsito pelo pedestre (3%).

Tudo isso a gente aprende na autoescola, quando vai tirar a carteira de habilitação. Outras, a gente aprende desde criança, quando a mãe ou o pai nos dá a mão e ensina que, antes de atravessar a rua, é preciso olhar para os dois lados da via.

A maioria dos óbitos aconteceu em situação de pista seca (82,4%), em trechos de reta (65,4%), à noite (64,5%), em rodovias de pista simples (53,5%) e de sexta-feira a domingo (52,2%). São dados que nos levam à reflexão, pois não podemos nem mesmo culpar o clima.

Apesar das críticas, a polícia tem coibido vários acidentes. Caso de quando flagrou 4.216 motoristas dirigindo sob efeito de bebidas alcoólicas, por exemplo. Outros 19,9 mil motoristas foram autuados por ultrapassagens proibidas. Encontrou ainda 2.047 crianças sendo transportadas sem cadeirinha, assento de elevação ou bebê-conforto. E mais de 20,2 mil veículos foram recolhidos aos pátios da PRF por diferentes problemas. Conte aí quantas vidas foram poupadas.