Política

Esplanada: mercado tenso, Bolsa Delator e Los Paraguaios

Mercado tenso 

Além da tensão provocada pelo avanço do novo coronavírus, a instabilidade na articulação política do Palácio e o atraso no envio de reformas – administrativa e tributária – arrefeceram o otimismo dos investidores. Não bastasse isso, outras matérias enviadas pelo Governo ao Congresso – apoiadas pelo mercado financeiro – tramitam em ritmo lento. A PEC Emergencial, elaborada pela equipe econômica para conter o crescimento das despesas obrigatórias do Governo, esbarra no calendário da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Serão realizadas três audiências públicas antes de o relator, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), ler seu parecer.

Seu bolso

Os setores de automóveis, eletrônicos e eletrodomésticos no Brasil começam a sentir os efeitos do coronavírus na China, onde se concentra hoje a maior produção mundial.

Marketing do covid

Espetáculo no aeroporto de Brasília: a administração colocou cinco maleiros, de máscara, de prontidão no portão de embarque. E só. É a fiscalização “no olho”.

Prévia das ruas

Rodrigo Maia aparece em 19 mil citações na hashtags #maiagolpista no Twitter nos últimos dias. Já a expressão #euapoiobolsonaro ultrapassou 25 mil citações.

Jucá eterno

O acordo inédito entre os Poderes Executivo e Legislativo de repartir o valor das emendas parlamentares (R$ 30 bilhões esperados para este ano) mostra o quão poderoso foi o então senador Romero Jucá (MDB-RR), que por muitos anos – e pelo menos uns três Governos anteriores – foi relator do Orçamento na Comissão Mista do Congresso. Jucá foi o rei do beija mão e o homem mais poderoso de Brasília no período em que, de suas mãos, saíam as decisões de direcionar bilhões de reais para projetos.

Sempre eles

A despeito da relatoria deste ano para o deputado Domingos Neto (PSD-CE), a sombra de Jucá está “presente” na comissão de Orçamento. Está na presidência da comissão para o senador Marcelo de Castro (MDB-PI). Ele é a figura representativa ali do grupo de Jucá e Michel Temer no Congresso, de olho no deputado relator.

Olhar pra frente…?

A lei de prisão imediata para condenados em segunda instância só passa no Congresso se não “olhar para trás”. É o recado de bancadas do centro-esquerda, como a do PT. O ex-presidente Lula da Silva escaparia da prisão neste caso.

***Eleição no MT

Candidato ao Senado na eleição suplementar do Mato Grosso, o ex-deputado Nilson Leitão (PSDB) articula apoios fora de gabinetes. Há dias estava aos cochichos numa cafeteria de Brasília com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

***Bolsa Delator

O Instituto dos Advogados Brasileiros se posicionou contra o PL 3.165/2015, de autoria do deputado federal licenciado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que prevê pagamento em dinheiro para delatores de crimes (de corrupção, em especial). “É mais um instituto para recompensar a ação de alcaguetas, agora sob a promessa de gratificação monetária”, diz o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira.

Acidez

O deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP) protocolou, em nome da Frente Parlamentar da Indústria Brasileira de Bebidas, nota de repúdio contra o Governo. Na véspera de Carnaval, o Planalto publicou o Decreto 10.254, que beneficia em isenções a Coca-Cola e a Ambev na Zona Franca de Manaus. Diz que esses grupos fazem o País perder R$ 7 bilhões em arrecadação (segundo ele, dados da Receita Federal).

Los Paraguaios

Os números dos passaportes não batem com o registro no departamento. Mas a Polícia Nacional do Paraguai quer entender mesmo como o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão Assis, seu empresário, têm carteiras de identidade do país hermano.

***Coronavírus & mercado

Empresários brasileiros estão preocupados. A Bolsa de Turismo de Lisboa adiou o seu conhecido evento para 27 a 31 de maio. A TAP cancelou mais de mil voos em vários países ontem.