Política

EDITORIAL: Indecisos e nulos

Os partidos deixaram para a última hora as definições das candidaturas e muitos ainda não conseguiram ajustar as coligações e os vices. Essa instabilidade dentro das siglas reflete o mundo fora da política.

Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre o perfil do eleitorado nas eleições de 2018 alerta o que outros levantamentos já vinham mostrando: o grande número de eleitores indecisos ou que pretendem votar em branco ou nulo para presidente.

Conforme o levantamento, 59% dos eleitores se enquadram nesse perfil – o maior índice nas últimas cinco eleições. Ou seja, praticamente seis em cada dez pessoas.

Diante dessa sinalização mais do que clara que os eleitores vêm dando, os partidos mostram dificuldades em compor suas alianças e definir os candidatos. Pelo menos na majoritária.

E, mesmo assim, as definições têm mostrado aquilo que ensaiavam já há algum tempo e que apenas não conseguiram nada diferente. Tanto que vários nomes desistiram ao longo das últimas semanas.

Com um candidato que lidera as pesquisas preso e que ninguém sabe ainda como vai ficar sua situação, o Brasil vai para um pleito totalmente indefinido.

Os candidatos deverão ter um bom jogo de cintura para chamar a atenção e então tentar convencer os eleitores de que estão preparados e conseguir mostrar suas propostas. E com cautela. Pois, na onda de combater as fake news, tudo o que falarem será posto à prova, como já vem sendo feito pela grande mídia.

Mentir, nesta eleição, vai ficar mais difícil. Sem dúvida, um jogo que vai exigir ainda mais do que já exigiu fora de campo.