Cotidiano

Cootacar: prejuízo de R$ 5 mil

Maria José há 19 anos trabalha como catadora de recicláveis e segundo ela, esta é a fase mais difícil de sua profissão. A sequência de furtos na Cootacar (Cooperativa dos Trabalhadores Catadores de Materiais Recicláveis) é o que tem tirando o sono e a esperança dela e de outros 60 associados.

O caso mais recente ocorreu no fim de semana, mas só foi percebido ontem à tarde, pela própria Maria. O padrão de luz recém-instalado na sede da cooperativa, que fica na Avenida Piquiri, no Bairro Brasmadeira, foi furtado, além de todos os cabos que o ligavam aos postes de energia.

A instalação foi custeada pelo proprietário do barracão onde funciona a cooperativa. Porém, Maria José afirma que por conta do furto, o dono não irá mais investir no local. Agora, quem terá de arcar com o prejuízo de R$ 5 mil serão os próprios catadores, já que fazem parte de uma associação. Os custos para implantar novamente o padrão de luz virão descontados na folha de pagamento, que em meses de baixa arrecadação não passa de R$ 300.

“A gente desanima, perde a esperança quando chega para trabalhar e se depara com uma situação dessas”, lamenta Maria, que recorda problemas semelhantes como furtos de botijão de gás, de cestas básicas que seriam distribuídas aos trabalhadores e de roupas disponíveis no bazar.

O furto do padrão de luz também interrompeu um sonho antigo dos cooperados: a conclusão de uma cozinha para que os associados possam fazer as refeições. Segundo a assistente social Alessandra Baldin, para finalizá-la seriam necessários R$ 3 mil. No entanto, o recurso a ser utilizado nesta obra segue agora para cobrir o prejuízo causado por criminosos.

Boletim de ocorrência

Alessandra seguiu na tarde de ontem à 15ª Subdivisão Policial (SDP) para fazer um boletim de ocorrência e diz que vai estudar estratégias para combater a criminalidade na região de funcionamento da cooperativa, já que no local não há câmeras de monitoramento.