Política

Coluna Contraponto do dia 23 de agosto de 2018

Juiz desconfia de fraude e chama MPF

O juiz da 9ª Vara da Justiça do Trabalho, Eduardo Baracat, viu indícios de fraude por parte do grupo de Ruy Muniz que tentou arrematar o Hospital e a Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná e determinou ao MPF (Ministério Público Federal) que “tome as providências que entender cabíveis”, conforme os termos do artigo 358 do Código Penal. O artigo 358 considera crime “Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem. Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência. Isto é: o grupo mineiro que arrematou as duas instituições por R$ 259 milhões na sexta (17) estava possivelmente agindo de má-fé ao não cumprir a primeira das obrigações previstas no edital, que era a de pagar com dois dias de prazo 20% do valor do lance.
Quem é

O Consórcio R+ é liderado por empresas educacionais e hospitalares de propriedade da família Muniz. Seu chefe é o ex-prefeito Ruy Muniz, ex-prefeito de Montes Claros, preso e posteriormente cassado em razão de fraudes que teria cometido na administração do Município. Entre as acusações que pesaram contra ele consta a de que teria (deliberadamente) sucateado um hospital público para que o hospital particular da família fosse beneficiado.

Acusações

Entre as acusações que pesaram contra ele consta a de que teria (deliberadamente) sucateado um hospital público para que o hospital particular da família fosse beneficiado. A prisão de Muniz ocorreu dois dias após sua esposa, a deputada federal Raquel Muniz, ter votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

Pior pesadelo

Cada um à sua maneira, os candidatos majoritários ao governo cultivam seus pesadelos como um vampiro cuidaria de um plantio de alho: de longe, com medo, mas medindo milimetricamente o crescimento das plantinhas. E cada um sabe onde lhe doem os alhos, quer dizer, os calos. Vejam:

1) Carlos Ratinho Jr – Se falar “Segundo Turno” perto dele é capaz de sair correndo até Jandaia do Sul gritando “Mãããe”. É tão assustadora a perspectiva do segundo turno para o grupo do Ratinho que, se vier, os “Pés de Macaco” como se autodefinem, terão grandes dificuldades para começar tudo de novo.

2) Cida Borghetti – A governadora-candidata tem o pesadelo recorrente de perder pontos nas pesquisas. Se isso acontecer, a revoada dos pássaros do Palácio Iguaçu em direção a outras candidaturas será maior do que a correria para a Arca de Noé. E não haverá raça, crença ou cor da penugem capaz de impedir o acesso. Todo o mundo vai entrar em debandada.

3) João Arruda – O sobrinho do senador Roberto Requião já tem um pesadelo recorrente, permanente e ao vivo e em cores: o próprio tio. Mas pode piorar se o tio decidir fazer da campanha eleitoral ao governo palanque para divulgar, todos os dias, um boletim sobre o PT, Lula, etc. etc.

4) Dr. Rosinha – Ele tem pesadelos dormindo e acordado, onde sempre aparece um homem de capa preta que diz, sem dó nem piedade e em inglês: “Moro, Sérgio Moro”.

5) Ogier Buchi – Aqui temos um fantasma chamado Jair Bolsonaro. Ele chega num cavalo branco, fardado, puxa a espada e grita: “Diga ao povo que com você não fico”. Larga a montaria e sai com um Ratinho no ombro. O resto é solidão.

6) Professor Piva – É triste o pesadelo do professor: ele tem um salário chamado “Beto Richa” que vai diminuindo, diminuindo até desaparecer no fim do mês. E quando acorda o professor descobre que o salário não existe, mas o Beto Richa, sim!

7) Os Paranaenses – E 11 milhões de paranaenses têm um único pesadelo coletivo, com data marcada: vão ter que votar em outubro num desses personagens. É mais que assustador. É aterrador.