Política

Banco de projetos tratará de gargalos e de planejamento

O Município pretende buscar parcerias com a Agência Paraná em Desenvolvimento e fazer ações conjuntas com o Estado

Foto:Arquivo
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Cascavel – Devido à instabilidade dos repasses dos governos estadual e federal, a Prefeitura de Cascavel pretende buscar instrumentos para garantir maior volume de recursos, tanto por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas), empréstimos, quanto por fontes públicas. Uma estratégia definida pelo IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel) é a consolidação de um banco de projetos, ou seja, um estoque de medidas em distintas áreas com o propósito de aproveitar melhor a disponibilidade de recursos.

O presidente do IPC, Edson Vasconcelos, afirma que esse banco de projetos deve estar atrelado ao planejamento da cidade. “Mesmo que não seja executado naquele momento, quando houver recurso disponível é possível aproveitar a oportunidade. São conceitos em planejamento já definidos”, explica.

Com o estoque de projetos, o Município pretende buscar parcerias com a Agência Paraná em Desenvolvimento e fazer ações conjuntas com o Estado, o que tende a atrair investidores de outros estados brasileiros e até outros países. “Muitos empresários buscam cidades paranaenses para fazer investimentos e, com isso, criamos uma conexão com o Estado, mostrando nossa disposição em receber esses investimentos”, argumenta Vasconcelos.

Cronograma

Os estudos serão desenvolvidos pelo próprio IPC e também contratados na medida em que as necessidades forem verificadas. Haverá um investimento pesado na contratação de planos, a exemplo do Plano de Mobilidade Urbana, cuja licitação está em andamento.

A contratação do estudo que direcionar o que precisa ser feito para atender as necessidades atuais e quais os gargalos no trânsito a serem resolvidos, inclusive previstos antes de acontecerem. O certame licitatório está em andamento com previsão de custar R$ 3,7 milhões.

Logo que o Plano de Mobilidade estiver consolidado, o IPC pretende dar sequência a outros levantamentos importantes que devem resultar em mais recursos a longo prazo. É o caso do Plano de Segurança, esse tende a ser feito com maior rapidez devido a uma legislação federal que torna obrigatório o Sistema Único de Segurança Pública. A aplicação deve ocorrer em 24 meses. “É algo de extrema importância e interesse da nossa região, pois estamos em uma região que interfere diretamente na segurança nacional devido à fronteira e à rota de tráfico e contrabando”, complementa Vasconcelos.

O estudo tende a interferir inclusive na arquitetura urbana, pois, devido a essas características, há de se observar a necessidade de recuos adequados em terrenos, muros mais altos e câmeras.

Outro plano que será contratado em um futuro breve será o de Habitação, direcionando áreas de investimentos, espaços urbanos disponíveis e atendimento ao déficit de moradias. No entanto, a lista é longa: há metas para a contratação do Plano de Desenvolvimento Econômico para auxiliar na expansão industrial, Plano Energético visando ao aproveitamento do potencial energético e, diante da crise hídrica, a urgente elaboração do Plano de Saneamento. “Entendemos que há uma dificuldade no repasse de capital privado, mas precisaremos da união de todos para avançar. Digo isso das estatais e também da classe empresarial”, reitera Vasconcelos.

Caixa pode “patrocinar” projetos do Estado

O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, discutiram nessa segunda-feira (28) a possibilidade de o Paraná acessar uma linha de crédito para investimentos em saneamento, infraestrutura e desenvolvimento urbano.

Ratinho Junior destacou que os recursos podem ser usados para estradas, viadutos, trincheiras, melhorias urbanas e para financiar as obras que sairão do banco de projetos executivos, pacote de R$ 350 milhões lançado para planejar a infraestrutura e a segurança pública do Estado.

“A Caixa nos dá segurança para avançar com projetos no momento em que precisarmos de recursos. É um banco com políticas de juros diferenciadas para as prefeituras e os governos. Geralmente os empréstimos são mais longos e não comprometem o caixa”, afirmou Ratinho Junior.

Pedro Guimarães disse que o Paraná tem capacidade de endividamento por conta das contas equilibradas, diferencial em relação a alguns estados. “Temos uma parceria bem estruturada. É um Estado muito bem tocado, com capacidade financeira, capacidade de aprovação direta do Tesouro Nacional”, afirmou o presidente da Caixa. “Essa relação constante não está presente apenas no governo, mas nas cidades do Paraná”.

Guimarães também elogiou o Programa Viver Mais Paraná, que construirá condomínios para a terceira idade, e grandes projetos estruturantes que já estão em andamento em parceria com o governo federal e a iniciativa privada. “O governador promove uma discussão para os próximos 5, 10 ou 15 anos no Paraná. A Caixa também pensa nesse longo prazo”, completou.

A Caixa lançou durante o encontro o programa Caixa Mais Brasil, que reduz taxas de juros para pessoas físicas e jurídicas.

Boom imobiliário

O presidente da Caixa, Guimarães, também comemorou as reduções nas taxas básicas de juros (Selic), que aumentaram o ciclo de investimentos no setor imobiliário e impulsionaram a criação de empregos em todo o País.

A construção civil indica sinais de plena retomada no Paraná, com crescimento de 8,21% no total de pessoas empregadas no setor no ano, o que representa 9.883 novas vagas, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). “Tínhamos uma expectativa de emprestar R$ 10 bilhões em crédito imobiliário pelo IPCA em um ano, fizemos isso em 50 dias. A retomada é uma realidade, em especial no crédito imobiliário”, afirmou Pedro Guimarães.