Política

Apontamentos do TCE vão ajudar nova concessão

O atual contrato, assinado em 2001 e renovado em 2011, termina em 2021 e a gestão atual já prepara novo certame, que será antecipado para evitar imprevistos, como interrupção dos serviços ou prorrogação.

Reportagem: Josimar Bagatoli

Os apontamentos feitos pela auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) há três meses serão adotados para direcionar os rumos da próxima concessão do transporte público cascavelense. O atual contrato, assinado em 2001 e renovado em 2011, termina em 2021 e a gestão atual já prepara novo certame, que será antecipado para evitar imprevistos, como interrupção dos serviços ou prorrogação.

Ontem, na Câmara de Vereadores de Cascavel, a Comissão de Segurança e Trânsito sugeriu algumas na nova negociação, como a volta dos ônibus articulados e dos micros, implantação de veículos maiores em linhas com intenso movimento e a divisão do certame em três lotes, um Sul/Estação Central, um Oeste e Sul e outro Norte e Leste, cada um administrado por uma concessionária.

O liquidante da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), Vander Piaia, avalia como positiva a participação do Legislativo no debate e, diante do avanço no transporte como um todo, aponta desafios: “Precisamos buscar diferentes interfaces de tecnologias, pois tudo mudou muito rápido. Há muitos passageiros que deixam de usar o transporte público para usar os transportes por aplicativos e precisamos pensar em um contrato de vanguarda para que não se torne obsoleto”, diz Piaia.

Com a análise feita pelo TCE em setembro, quando os novos trajetos foram percorridos pelos auditores, que também pesquisaram a satisfação dos passageiros e analisaram os contratos, Piaia afirma que será possível chegar mais próximo de um modelo ideal de transporte. “O TCE fez vários apontamentos sobre as medidas adotadas no PDI [Programa de Desenvolvimento Integrado] e sobre o contrato atual. Uma das sugestões que vamos acatar é o maior controle financeiro do sistema. Já estamos retomando o controle da bilhetagem, o que permitirá um conhecimento maior para o novo contrato”.

O próximo contrato também será de dez anos renováveis por mais dez. A comissão de transição do serviço de bilhetagem eletrônica auxiliará nos rumos da licitação e define nos próximos dias como será a ocupação dos serviços mantidos pela ValeSim. A expectativa é de que ano que vem a estrutura seja repassada para uma repartição da Transitar (que substituirá a Cettrans).

Por mês, a arrecadação com a venda de passagens chega a R$ 4 milhões, em média. São rodados cerca de 800 mil quilômetros por dia. “Precisamos levar em conta o modelo atual, adotado desde 1970, que nos deu uma experiência. Mas não olhar apenas para o passado, olhar para o futuro. Houve redução de passageiros que usam o transporte público – analisando crescimento populacional – e devemos nos preparar para que o sistema seja atrativo”, acrescenta Piaia, que também é favorável aos veículos elétricos, já usados em outras cidades.