Política

Alvoroço nos bastidores da Câmara de Vereadores de Cascavel

O presidente da Câmara de Vereadores manifestou o descontentamento com a nomeação de Almir Tonolo para o cargo de subprefeito. Tonolo estava envolvido na denúncia da CPI sobre Horas Máquinas

Alvoroço nos bastidores da Câmara de Vereadores de Cascavel

A declaração ácida do presidente Alécio Espínola a respeito da nomeação de Almir Tonolo para o cargo de subprefeito dos distritos de Cascavel provocou um alvoroço nos bastidores e revela passos importantes da política na cidade – inclusive um abalo considerável da base, abrindo brechas para cortes de alianças nas eleições 2020. Alécio declarou em plenário que Tonolo é “cidadão agarrado ao governo que por 12 anos trabalhou contra nossa visão de governo e agora comanda os distritos. Tenho preocupação”. Manifestou descontentamento com a nomeação e lembrou que Tonolo estava envolvido na denúncia da CPI sobre Horas Máquinas.

Recado dado

A discussão não acabou: Rômulo Quintino segurou até ontem, durante a sessão, para mandar recado, de maneira muito velada, a Alécio, relacionando política e religião em um discurso repleto de floreios. “Não posso ganhar sempre. Se ganhar cometendo injustiça, não é ganhar, é semear algo no futuro que não será positivo”. Nesse caso, especula-se, nos bastidores, que Rômulo falava justamente sobre a nomeação, já que seria dele o pedido ao chefe do Paço para esse canetaço. Tonolo seria aliado de Quintino nas próximas eleições. Nas entrelinhas, Quintino disse que Tonolo também é “homem de fé” como boa parte da bancada religiosa, como ele mesmo se referiu em plenário, e tal declaração trouxe implicações ao aliado político.

Magoado

Como atendeu ao pedido de Rômulo, Paranhos deixou Espínola insatisfeito, pois ele também teria nomes para indicar ao cargo. Como o presidente da Casa não criticaria o prefeito publicamente, mirou em Tonolo. Fato é que a base demonstra certa fragilidade, especialmente a um ano das eleições.

Clima quente

Rápida e quente. Essa é uma boa definição para a sessão de ontem da Câmara de Vereadores. O desconforto ficou ainda mais claro quando o vereador Olavo Santos (PHS) pediu que pudesse subescrever requerimentos do vereador Fernando Hallberg, ausente ontem na sessão (estava em um workshop sobre contas públicas em Maringá). Ocorre que todos os requerimentos faziam menções ao deputado estadual Márcio Pacheco (PDT), já declarado pré-candidato a prefeito de Cascavel nas próximas eleições, para intermediação com o governo estadual para liberação de veículos para Unidade Paraná Seguro e Programa Saúde da Família, além de mobílias para a Unidade de Saúde de Rio do Salto.