Cotidiano

Ala Materna do HU: Mães enviam declarações para conclusão de obra

O documento é enviado pelos próprios profissionais do HU para a Ouvidoria da Sesa

Ala Materna do HU: Mães enviam declarações para conclusão de obra

Cascavel – Mulheres grávidas que vão ao centro obstétrico e à maternidade do HU (Hospital Universitário) de Cascavel estão assinando declarações para pressionar o Estado a resolver os problemas frequentes de superlotação, especialmente nesse setor.

Segundo uma mulher que aguardava atendimento e que preencheu as informações ontem, o documento é enviado pelos próprios profissionais do HU para a Ouvidoria da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) na tentativa de pressionar o Estado a liberar os recursos restantes para a conclusão da Ala Materno-Infantil, cujas obras seguem paradas e sem prazo para conclusão.

A medida auxiliaria, segundo contam as mães, para resolver os problemas frequentes de superlotação que vêm sendo denunciados nas últimas semanas, inclusive com partos realizados nos corredores por falta de local adequado para acomodar tantas mulheres e seus bebês.

Iniciada em 2015, a previsão inicial para a conclusão da Ala Materno-Infantil era 2017, ao custo de R$ 7 milhões, com a promessa de iniciar suas atividades de forma gradativa com UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) e UTI (Unidade de Terapia Intensiva), 70 leitos adultos, 98 berços distribuídos entre UCI, UTI e enfermaria em uma edificação de quase 3,3 mil metros quadrados.

Segundo o HU, a obra está 80% concluída, mas se encontra paralisada aguardando o pagamento do reajuste de valores, de R$ 1,033 milhão. “A obra está aguardando a liberação da fase dois, e ainda são necessários R$ 7 milhões para a conclusão”. Ou seja, valor idêntico do que custaria toda a estrutura em uma previsão inicial há quatro anos.

A maternidade do hospital possui 30 leitos, mas não foi informado quantas pacientes estavam internadas ontem. “Na área obstétrica as atividades seguem normalmente”, informou o HU, que não se pronunciou sobre os formulários enviados à Ouvidoria da Sesa.

Já Secretaria de Estado, procurada pela reportagem para saber se há previsão de liberação dos recursos restantes para a conclusão da estrutura, informou que “já fez o repasse de todos os recursos previstos para essa obra e que a Secretaria apenas repassa o dinheiro, a execução é de gestão da Universidade, que tem autonomia”.

O HU em números

Em um artigo enviado à imprensa ontem, o diretor-geral do HU, Edison Luiz Leismann, cita números para justificar o trabalho realizado pelo terceiro maior hospital do Estado e o maior da região oeste do Paraná. Na comparação com os dados de 2018, houve aumento, segundo o diretor, em todas as frentes de atuação/atendimento mencionados.

Ano passado a média mensal, segundo ele, foi de 96 cirurgias eletivas, neste ano está em 109 (13% a mais); nas cirurgias gerais, incluindo as de emergência, de 105/mês no ano passado passaram para 121/mês neste ano (+5,89); no centro obstétrico, principalmente partos, os procedimentos subiram de 396/mês para 419/mês (+5,75%); os atendimentos ambulatoriais saíram de 2.804 por mês em 2018 para 3.017 ao mês neste ano, acréscimo de 7,69%; na ortopedia a elevação foi de 7,38%, saindo de 203 ao mês ano passado para 218; os internamentos mensais passaram de 689/mês para 826/mês, acréscimo de 19,9%; os exames laboratoriais, que tiveram uma média mensal ano passado de 35.313/mês, agora chegam a 38.319 (+8,52%) e os exames de imagem saíram de 5.042 para 5.181 na média mensal entre um ano e outro (2,76%).

Reportagem: Juliet Manfrin