Opinião

A onda das fake news

Por Carla Hachmann

O termo inglês já é conhecido de muita gente. Virou até adjetivo: “esse cara é fake news”; “aquele produto é fake news”, e por aí adiante. Contudo, apesar dessa “popularidade”, pouca gente sabe como identificar uma notícia falsa.

Em média, 70% dos latino-americanos não sabem identificar ou não têm certeza se conseguem diferenciar se uma notícia na internet é falsa ou verdadeira. A concluão é do estudo Iceberg Digital, desenvolvido pela Kaspersky, empresa global de cibersegurança, em parceria com a empresa de pesquisa Corpa, na América Latina. No Brasil, esse índice é de 62%. E apenas 2% disseram desconhecer a expressão “fake news”.

O estudo faz parte da campanha de conscientização Iceberg Digital, cujo um dos objetivos é impedir que usuários se tornem vítimas dos “icebergs digitais” – sites, aplicativos, links ou imagens que, à primeira vista, parecem inofensivos e superficiais, mas que escondem perigos grandes ou desconhecidos. Ou seja, ajudar os usuários a reconhecerem os perigos que se escondem na internet, aprendam a distinguir bom e ruim, real de falso e, assim, fiquem longe dos ciberataques.

O perigo da desinformação por meio da disseminação de notícias falsas é tão grande, que, no Brasil, tramita uma CPI no Congresso e a Justiça Eleitoral tenta encontrar mecanismos de coibir a prática durante a campanha eleitoral.

O problema é que um terço dos latino-americanos usa apenas as redes sociais para se informar diariamente. E, com isso, ficam alheios à segurança que os veículos formais de comunicação oferecem.

Essa é uma das consequências do enfraquecimento público da imprensa. Permite que o público cada vez mais fique alienado, suscetível às campanhas de desinformação e manipulação.