Capitão Leônidas Marques – A Usina Baixo Iguaçu está à venda. Com apenas seis anos de operação, a hidrelétrica localizada na divida dos municípios de Capanema (Sudoeste) com Capitão Leônidas Marques (Oeste), foi colocado à venda pela Neoenergia, com 70% de participação. Os 30% restantes pertencem à Copel (Companhia Paranaense de Energia). As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico. O ativo é avaliado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. Os entraves ambientais para implantação de potenciais hidrelétricos têm sido o principal desafio, principalmente na região da Amazônia. Por isso, é notório o interesse dos investidores por ativos em operação.
E já há potenciais compradores, entre os quais a tcheca EnergoPro, a brasileira Casa dos Ventos, a francesa EDF e a chinesa Spic. Quem arrematar, assumirá o controle de um empreendimento capaz de abastecer cerca de 1 milhão de pessoas. O canteiro de obras teve início em 2013. Em 2016, ocorre a implantação do vertedouro e casa de força. Em 2019, a usina finalmente entrou em operação.
O investimento total para a construção da usina foi de R$ 2,3 bilhões. A concessão vence em 2049. Conforme a reportagem, o processo de alienação do ativo estaria em fase final e está afunilando entre a EDF e EnergoPro. O objetivo da Neoenergia é estratégico, pois faz parte da rotação de ativos voltada a otimizar e a valorizar seu portfólio. Ao fim de 2022, a empresa efetivou uma troca de ativos com a Eletrobras, sem transferência de caixa, no valor de R$ 787,8 milhões. Há dois anos, finalizou a venda de metade de uma plataforma de transmissão para a Warrington Investment.
A empresa controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, também estaria tentando minimizar a alavancagem, que pela relação entre dívida líquida e Ebitda, está em 3,43 vezes, conforme dados do terceiro trimestre de 2024. No mesmo período do ano anterior, a relação era 3,11 vezes. Por sua vez, a dívida líquida atual é de R$ 50,6 bilhões.
A Usina Baixo Iguaçu foi arrematada em leilão pela Neoenergia, cuja negociação com a Copel teve início em 2011. A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu opera a fio d’água, utilizando o fluxo normal do rio. O reservatório ocupa uma área de 31 km², sendo 18 km² formados pela calha natural do rio Iguaçu. Sendo assim, apenas 13 km² correspondem à área de inundação para a formação do lago.
Uma das mais cotadas é a EDF. Ela quer expandir sua presença no Brasil, atuando nos segmentos de transmissão e de geração eólica, solar, hídrica e térmica. A EDF é a maior geradora de energia da França. Em 2023, retornou ao controle da estatal francesa, após 18 anos no mercado acionário.
A tcheca EnergoPro também está expandido seus negócios em solo brasileiro, buscando novas oportunidades no setor hidrelétrico. Em novembro, ela adquiriu sete Pequenas Centrais Hidrelétricas da canadense Brookfield, com capacidade instalada de 90MW.
Desde a aquisição da Pacific Hydro, a Spic tem aumentando a sua presença no setor elétrico brasileiro. Na Paraíba, ela controla os parques eólicos Millenium e Vale dos Ventos. A Casa dos Ventos também tem interesse em diversificar o seu portfólio.