Economia

Otimismo de empreendedores paranaenses é o pior em 11 anos

Pesquisa revela que 82,7% das empresas do comércio de bens, serviços e turismo do Paraná foram afetadas pela pandemia

Otimismo de empreendedores paranaenses é o pior em 11 anos

Cascavel – Exatos 140 dias depois do primeiro registro do novo coronavírus no Paraná, com as consequentes medidas restritivas adotadas na sequência, o ânimo empresarial não é dos melhores. Segundo a Pesquisa de Opinião do Empresário, realizada pela Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), 41,5% dos empresários do Estado têm expectativas desfavoráveis de vendas para os próximos meses.

Na outra ponta, o otimismo dos empreendedores paranaenses caiu para seu menor índice em 11 anos da pesquisa, chegando a 30,6%, praticamente o mesmo patamar do auge da crise política no primeiro semestre de 2016 (30,7%).

As expectativas favoráveis caíram sensivelmente nos três setores avaliados, mas o mais afetado foi o turismo, no qual o tradicional otimismo deu lugar ao descrédito (51,1%) e à incerteza (37,8%). Apenas 11,1% dos empresários que atuam em atividades turísticas possuem opinião favorável para este segundo semestre do ano. Isso representa uma queda de 65,79 pontos percentuais em relação ao índice de expectativas favoráveis registrado no início do ano, que era de 76,9%, e que foi radicalmente modificado com a pandemia.

Dentre os comerciantes o otimismo é um pouco maior: 40,9% têm opiniões favoráveis contra 36% desfavoráveis. Já os prestadores de serviços se sentem menos confiantes com relação ao faturamento nos meses restantes de 2020, sendo que 42,4% acreditam que a receita será menor, ante os 29,1% que esperam por tempos mais promissores.

Impactos do coronavírus

A pesquisa da Fecomércio PR revela que 82,7% das empresas do setor terciário do Paraná tiveram redução nas receitas. Os efeitos da pandemia do novo coronavírus para o comércio de bens, serviços e turismo são implacáveis: 26,4% dos empresários entrevistados relatam redução no faturamento em mais de 75%; para 16,1% das empresas a redução no movimento está entre 50% e 75%; outros 20,3% dos empreendedores dizem que a queda foi de 25% a 50%; e 15,3% relatam redução no faturamento em até 25%. Também há aqueles (4,6%) que tiveram suas receitas zeradas.

Regiões

A região mais otimista é Londrina, com 40,4%, ante 36,2% de expectativas desfavoráveis. Os piores resultados são registrados em Curitiba e Região Metropolitana, com 44,8% de avaliações desfavoráveis sobre o faturamento neste segundo semestre, contra 27,4% de expectativas favoráveis.

No oeste, 31,2% dos empresários estão otimistas, enquanto 38,5% acreditam que o faturamento será menor.

Dificuldades

As principais dificuldades citadas pelos empresários são: instabilidade econômica (80,1%), clientes descapitalizados (57,2%), falta de capital de giro (34,6%) e carga tributária (22,5%). Os problemas que mais cresceram em comparação à pesquisa do primeiro semestre de 2020 foram instabilidade econômica (41,9 pontos percentuais), clientes descapitalizados (24,2 pontos percentuais) e capital de giro (9,1 pontos percentuais).

Apesar das dificuldades dos últimos meses, 35% das empresas manterão o número de colaboradores e 17,8% pretendem contratar. Outros 15,3% terão de demitir.