Economia

Inflação tem maior alta desde 2015

Houve pressão dos alimentos, mas também dos aumentos na energia elétrica, passagens aéreas e combustíveis

Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.
Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

São Paulo – A prévia da inflação oficial no País subiu 1,06% em dezembro, o maior resultado para o mês desde 2015, segundo os dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) apurados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve pressão dos alimentos, mas também dos aumentos na energia elétrica, passagens aéreas e combustíveis.

No ano, o IPCA-15 fechou em 4,23%, um pouco acima da meta de 4% perseguida pelo Banco Central, mas com bastante folga dentro da margem de tolerância de até 5,5%.

Segundo Marcio Milan, analista da Tendências Consultoria Integrada, o IPCA fechado de dezembro deve trazer uma aceleração em relação ao resultado do IPCA-15. “O índice deve continuar sendo pressionado por um conjunto de fatores no fechamento do mês. Por um lado, os preços de energia devem acelerar mais, dado o impacto maior da mudança de bandeira tarifária para patamar vermelha dois. Os preços de combustíveis também devem continuar exercendo pressões de alta sobre o índice neste mês, em linha com o repasse dos reajustes efetuados recentemente. Em contrapartida, os preços de alimentos devem subir menos em relação ao IPCA-15, trazendo algum alívio para o índice”, avaliou.

Energia e transporte

Em dezembro, os aumentos nos itens energia elétrica, carnes, passagem aérea e gasolina responderam por mais da metade da inflação do mês. A conta de luz subiu 4,08%, pressionada pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, após dez meses consecutivos de vigência da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional.

As passagens aéreas avançaram 28,31%. A gasolina aumentou 2,19%, enquanto o etanol ficou 4,08% mais caro. Os preços dos alimentos tiveram uma elevação de 2,00% em dezembro. As famílias pagaram mais pelas carnes (5,53%), arroz (4,96%), frutas (3,62%), batata-inglesa (17,96%) e óleo de soja (7,00%). Por outro lado, ficaram mais baratos o tomate (-4,68%), alho (-2,49%) e leite longa vida (-0,74%).