As exportações do Paraná têm apresentado instabilidade em 2020. Depois de um mês de alta, o resultado de outubro, divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, voltou a cair. Ficou em US$ 1,32 bilhão em produtos exportados em outubro. O valor é 15% menor do que o registrado em setembro e 6% abaixo do de outubro de 2019. Os meses de agosto e maio também tiveram resultados negativos tanto em relação ao mês anterior quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as importações somaram US$ 868 milhões em outubro. Com isso, o saldo da balança comercial paranaense ficou em US$ 455 milhões no mês. No ano, as exportações do estado acumulam US$ 13,9 bilhões, valor 1,68% maior do que o verificado no mesmo período do ano anterior.
“Em função de uma pauta de exportações diversificada, o Paraná consegue manter um certo equilíbrio na atividade de comércio exterior, mesmo diante das limitações causadas neste ano pela pandemia”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Marcelo Alves. “Com a flexibilização das atividades, alguns setores vêm se recuperando mais rápido enquanto que outros têm tido uma retomada mais lenta. O setor de alimentos, principalmente grãos, se manteve em crescimento o ano todo e vem segurando o resultado das vendas no mercado externo. Já o setor automotivo sentiu mais a crise no início da pandemia e ainda não conseguiu recuperar seu ritmo de atividade”, explica.
A venda de soja para o exterior foi o que segurou o resultado positivo no saldo da balança comercial em outubro, chegou a US$ 276 milhões. Isso representa quase 21% da pauta de exportações do estado. O segundo produto mais comercializado foi frango, que somou US$ 118 milhões e responde por 9% do total. Açúcar rendeu US$ 90 milhões; óleo de soja, US$ 79 milhões, e milho, US$ 56 milhões.
Na pauta de exportações do estado, enquanto complexo soja variou positivamente, 36%, no período janeiro-outubro deste ano em relação ao ano anterior, material de transporte, que engloba o segmento automotivo, perdeu 38% de participação no mesmo período. Um ponto de atenção, no entanto, é a exportação de carnes, que ao longo do ano acumula queda de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, ou seja, reduziu sua participação nas exportações de 17% para 12% este ano.
Importações
Entre os principais itens importados, o óleo diesel ficou em primeiro lugar em outubro, com US$ 69 milhões. Seguido por soja (US$ 24 milhões); fertilizantes (US$ 22,4 milhões); automóveis (US$ 20 milhões); e inseticidas (US$ 19 milhões).
Enquanto as exportações oscilam, as importações têm registrado quedas acentuadas no ano. Em outubro ficaram 5,73% abaixo de setembro e 29% menores do que os valores de outubro de 2019. O saldo da balança cresceu 142% quando comparado com o mesmo mês do ano anterior justamente por conta deste recuo nas compras externas. “No ano passado a economia vinha de um período de recuperação. Em fevereiro de 2020, houve uma mudança no cenário mundial, em virtude da pandemia, e a consequente redução das compras de produtos importados por conta de uma queda da demanda interna. Agora, a tendência é que com a retomada gradual das atividades no país, este valor volte a crescer”, avalia Alves.
Fonte: Agência Sistema Fiep