Cascavel – O presidente do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), desembargador Sigurd Bengtsson, marcou para o dia 1° de abril o início do julgamento da ação que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil). O agendamento da data se deu após a publicação do decreto de nomeação do advogado José Rodrigo Sade como juiz titular do TRE do Paraná, completando assim, o quórum de julgadores.
O ex-juiz da Lava Jato é acusado pelo PL de Jair Bolsonaro e pelo PT de Lula por abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida de meios de comunicação social durante a pré-campanha eleitoral de 2022. Dada quase como “certa” a cassação de Moro, alguns personagens da política paranaense já começam os movimentos de olho na eventual eleição suplementar para o Senado.
Candidatos do governo
Um deles é o ex-deputado federal Paulo Martins. Inclusive, no início de fevereiro, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), nomeou Martins como assessor especial da governadoria para já ir pavimentando o caminho para eventual campanha. No entanto, caso seja confirmada a cassação de Sergio Moro, Ratinho Junior deverá ter muita dor de cabeça dentro do Palácio Iguaçu. Isso porque, o deputado federal licenciado e secretário de Estado da Indústria, Comercio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros (PP), também almeja a eleição suplementar ao Senado. No início dessa semana Barros esteve em Brasília e conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é correligionário de Paulo Martins no PL sobre seu desejo de disputar a eleição.
Sexta-feira (23), durante a inauguração da fabrica de prédios, em Cascavel, empreendimento do empresário curitibano Francisco Simeão, Ricardo Barros confirmou à reportagem do O Paraná, que já corre em busca de apoio para a eleição do Senado, em caso de cassação de Sérgio Moro.
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“Sem discussão”
Quem também conversou com a reportagem foi o governador do Paraná, Ratinho Junior. Segundo Ratinho, o assunto não será tratado no momento em respeito ao Senador Moro. “Eu não posso discutir esse assunto até em respeito ao Senador Sérgio Moro. Seria um desrespeito falar e comentar algo que pode vir acontecer, ninguém sabe. Então isso é uma coisa que tem que ser discutida lá frente se vier acontecer”, esclareceu.
No entanto, segundo fontes do jornal O Paraná de dentro do Palácio Iguaçu, os ânimos para aqueles lados já estão bem inflamados. Ricardo Barros, inclusive, já está trabalhando fomentando as candidaturas do PP para as eleições municipais de 2024 em busca dessa troca de apoio. Em Cascavel, por exemplo, o deputado federal Marcio Pacheco será o candidato da sigla de Barros para as eleições municipais e deverá enfrentar o grupo do governador, que deverá ter Renato Silva como candidato.
Eleições anteriores
Ricardo Barros chegou a disputar a eleição para o Senado Federal em 2010. Na oportunidade ele teve mais de 2 milhões de votos, mas ficou em quarto colocado, atrás de Gleisi Hoffman 3,1 milhões de votos), Requião (2,6 milhões) e Gustavo Fruet (2,5 milhões). Naquele pleito, os dois primeiros se elegeram.
Paulo Martins disputou o pleito de 2022 e teve mais de um milhão e seiscentos mil votos, ficando na segunda colocação, atrás justamente de Sergio Moro (1,9 milhão).
