O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anuncia a criação de um programa de apoio aos empreendedores do Sul do Brasil, impactados pela pandemia de coronavírus. Por meio do Programa Recupera Sul, o BRDE vai injetar R$ 1,3 bilhão na economia do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná nos próximos 6 meses.
No Paraná serão disponibilizados R$ 670 milhões, montante já confirmado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, dentro de um conjunto de ações para estimular a atividade econômica e preservar emprego e renda dos paranaenses.
O anúncio do novo programa Recupera Sul foi feito junto com a apresentação do desempenho do banco em 2019, que registrou resultado histórico. As operações totalizaram R$ 2,47 bilhões que, somados às contrapartidas dos próprios empreendedores, viabilizaram investimentos de R$ 2,9 bilhões na Região Sul.
PROTEGER E SOCORRER – O Programa Recupera Sul pretende proteger ou socorrer empresas dos principais setores afetados pela crise, com redução de taxas de juros, simplificação de processos, flexibilização de garantias e pulverização do crédito por meio de entidades parceiras.
“Fizemos um esforço para que o crédito chegue rapidamente a quem precisa, ajudando a reduzir os impactos dessa crise na economia do Sul”, comenta o diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Segundo ele, o programa foi aprovado pela diretoria em tempo recorde, porque ainda não é possível prever a duração e o impacto da crise na economia do Sul e de todo o país.
O objetivo do programa é financiar micros, pequenos e médios empreendedores do Estado, com foco nos setores mais atingidos pela crise, como turismo, economia criativa, prestação de serviços, alimentação, além das empresas que já são clientes.
RESULTADO RECORDE – O diretor-presidente do BRDE, Marcelo Haendchen Dutra, explica que o resultado apurado pelo banco foi integralmente destinado a aumentar a capacidade de financiamento da instituição e foi o maior da história, totalizando R$ 278 milhões, um crescimento de 55,7% em relação a 2018. Esse resultado, explicou, é fruto do desempenho operacional, acompanhado por redução de despesas administrativas.
O banco fechou o ano com 34 mil clientes ativos, cujos empreendimentos financiados estavam localizados em 1.083 municípios dos três Estados. “Isso corresponde a 90,9% dos municípios da Região Sul, o que demonstra a abrangência do trabalho do BRDE”, ressalta Dutra.
PARANÁ – No Paraná, o montante contratado em 2019 somou R$ 850 milhões, o que representa um incremento de 14% na comparação com 2018. Desse total, destacam-se os valores destinados para micro, pequenas e médias empresas (R$ 375 milhões), produtor rural (R$ 177,5 milhões), inovação (R$ 80 milhões) e turismo (R$ 67,7 milhões).
“O bom resultado do BRDE em 2019 possibilita a contribuição do banco para o momento atual”, diz o diretor de Operações, Wilson Bley Lipski. “Por isso, formatamos esse programa emergencial, o Recupera Sul, pelo qual disponibilizaremos R$ 670 milhões ao Paraná”, explicou.
O programa, disse ele, inclui repasse de recursos para a linha de microcrédito da Fomento Paraná, R$ 100 milhões de recursos próprios do Banco para financiamento de R$ 200 mil a R$ 1,5 milhões de capital de giro e R$ 520 milhões de outros fornecedores de crédito.”
São R$ 150 milhões de recursos próprios para atender o crédito de R$ 50 mil a R$ 1,5 milhão, com taxa de juros (Selic) de 3% ao ano, prazo máximo de 60 meses e carência de até 24 meses. A exigência é de que o tomador mantenha os postos de trabalho.
LINHAS – As linhas são microcrédito – até R$ 50 mil; micro e pequenas empresas – até R$ 200 mil; e demais empresas – até R$ 1,5 milhão. “As micro e pequenas empresas foram responsáveis por gerar 75% de novas vagas de empregos formais nos últimos 12 meses e, por isso, nosso plano visa auxiliar na manutenção das folhas de pagamento evitando demissões.”
Também haverá R$ 520 milhões disponíveis para linhas de capital de giro e para incremento da produção. As condições serão aquelas propostas pelos fornecedores de recursos, em especial a operacionalização das linhas anunciadas pelo BNDES, Fungetur, Finep e outros.
PRAZOS – O BRDE ainda postergou prazos (até seis meses) de todos contratos ativos destinados a micro, pequenas e médias empresas que não são do setor rural. Pode envolver reforma ou compra de maquinários em geral, pequenas centrais hidroelétricas, fornecedores de serviços para hotéis ou parques de entretenimento, etc. As linhas equalizadas (PSI e Plano Safra) precisam de portaria do governo federal. “É importante que façamos tudo que estiver ao nosso alcance para ajudar todo o setor produtivo do Estado”, conclui Bley.