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Paraná é a principal entrada para maior parte do arroz importado pelo Brasil

O Brasil importou 586 mil toneladas de arroz no primeiro semestre deste ano. Um volume 11% superior ao mesmo período do ano passado
O Brasil importou 586 mil toneladas de arroz no primeiro semestre deste ano. Um volume 11% superior ao mesmo período do ano passado

O Brasil importou 586 mil toneladas de arroz no primeiro semestre deste ano. Um volume 11% superior ao mesmo período do ano passado. Com o Paraguai sendo o maior fornecedor – 359 mil toneladas – o Paraná se constituiu na principal porta de entrada do produto.

Os dados dessa importação são detalhados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 12 a 18 de julho. Preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), o documento destaca o aumento de 47% em termos financeiros, puxado pela alta dos preços no mercado internacional, totalizando US$ 356 milhões desembolsados pelo Brasil.

Do produto vindo do Paraguai, 28% entraram por Foz do Iguaçu e 23% por Guaíra, no Oeste do Estado. Apesar disso, menos de 10% do volume é destinado efetivamente a municípios paranaenses. “Mesmo que esse ritmo se mantenha no segundo semestre, as importações somadas à produção paranaense são insuficientes para o consumo local, que ainda é suprido por outros estados produtores”, salienta o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral.

O maior volume do arroz importado do Mercosul tem como destino São Paulo e Minas Gerais, parte para consumo e parte para redistribuição a outros estados. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior estado importador, sobretudo do Uruguai, ainda que tenha volume representativo chegando da Tailândia.

Mas o estado gaúcho também exporta o cereal. Com menor estoque nacional, as exportações retrocederam em 40% este ano, passando de 693 mil toneladas no primeiro semestre de 2023 para 414 mil em 2024.

Leite

Segundo dados do Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha a balança comercial do setor agropecuário, a importação paranaense de lácteos teve uma queda de 43,3% no volume comparado com o primeiro semestre de 2023. Em âmbito nacional a redução foi de apenas 4,8%.

No Paraná, desde abril os principais lácteos adquiridos do Mercosul, que antes eram isentos, estão sujeitos à cobrança de 7% de ICMS. Atualmente o produtor paranaense recebe em média R$ 2,74 por litro de leite posto na indústria, valor semelhante ao do mesmo período de 2023.

Peixe

O boletim fala ainda sobre os dados preliminares do Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023, que apontam produção de 193,3 mil toneladas de peixes no Paraná. Desse total, 91,9% foram de tilápias, que totalizaram 177,5 mil toneladas. Comparado a 2022, o aumento foi de 6%.

Em valores, os pescados de água doce e salgada alcançaram R$ 2,06 bilhões, alta de 27% comparado a 2022. Principal produtor, o Núcleo Regional de Toledo, no Oeste, teve VBP de R$ 1,08 bilhão, ou 52,7% do total estadual. Dos 399 municípios paranaenses, 364 têm a atividade pesqueira como produção comercial.

Suíno e frango

Dados do IBGE apontam que em junho o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da carne de porco em Curitiba registrou o maior aumento no País, alcançando 4,7%, quase dez vezes superior à média nacional de 0,5%. O dado se assemelha à pesquisa mensal realizada pelo Deral no Paraná, que apontou acréscimo de 3% (R$ 0,56) no preço médio de varejo dos cortes pesquisados.

O documento do Deral retrata ainda o crescimento de 3,6% (R$ 0,16 a mais) no custo de produção do frango. Segundo a Embrapa Suínos e Aves, o custo de produção do frango vivo no Paraná, criado em aviários tipo climatizado em pressão positiva, atingiu o valor de R$ 4,58 por quilo em junho. No mês anterior estava em R$ 4,42 por quilo.

BNDES registra apoio recorde de R$ 2 bi à indústria farmacêutica

Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou cifras recordes em aprovações de crédito para as indústrias farmoquímica e farmacêutica brasileiras. Segundo dados divulgados pela instituição financeira ontem (18), foram liberados R$ 2 bilhões desde o início de 2024. Em apenas seis meses, já é o maior valor contabilizado em um único ano desde 1995.

“Os valores aprovados em 2024 são 32% superiores a todo o ano de 2023 (R$ 1,4 bilhão) e correspondem a 16% do total de 30 anos de apoio do BNDES ao segmento. Com o apoio do banco, as indústrias estão desenvolvendo novos medicamentos, novas associações farmacêuticas (que facilitam a absorção e a administração), vacinas, montagem de centros de pesquisa e desenvolvimento e adquirindo máquinas e equipamentos”, registra nota divulgada pelo BNDES.

Ainda de acordo com o BNDES, o aumento das aprovações tem relação com a retomada de investimentos em setores industriais estratégicos. Em janeiro deste ano, o governo federal lançou o programa Nova Indústria (NIB).

O objetivo do programa é estimular o setor produtivo para promover o desenvolvimento do país e reverter o cenário de desindustrialização, segundo o governo federal. O NIB envolve a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, recursos não reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual, além de uma política de obras e compras públicas.