
Além de incidentes com voos, casos como a morte de 12 turistas mexicanos ? alvejados por militares após serem confundidos com terroristas, em setembro de 2015 ? e os ataques a um ônibus turístico nos arredores das pirâmides de Gizé, e a turistas europeus no balneário de Hughada, em janeiro, também contribuíram para o declínio do turismo egípcio.
De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o setor representa 13% do PIB egípcio e responde por cerca de 11% dos empregos do país. A indústria vive sua pior crise em anos com o número anual de visitantes caindo de 14 para nove milhões entre 2010 e 2015.
? Esse é um país que depende do turismo para sobreviver ? afirma Oliver Jager, diretor-executivo da empresa de inteligência turística ForwardKeys. ? O Egito se tornou um mercado difícil para o setor.
No primeiro trimestre do ano, 1,2 milhão de turistas visitaram o país ? um milhão a menos que o registrado no mesmo período em 2015. As receitas do turismo também sofreram um grande baque, caindo de US$ 1,5 bilhão para US$ 500 milhões. Antes mesmo da queda do voo 804, era esperada uma diminiução de 4% nos gastos de turistas no país. O mesmo ocorreu no ano passado.
Diante da escassez de turistas ocidentais, o Egito tem se voltado para outros mercados como China, Malásia e Geórgia. A maioria dos que viajam ao país vem da Rússia, mas o interesse dos russos no Egito também caiu após o ataque ao voo da MetroJet no Sinai.
? Antes havia centenas de pessoas aqui ? lamenta Mohammed Abdelrahim, guia do templo de Karnak, em Luxor, diante de um cenário vazio.