Foz do Iguaçu – A Nova Ferroeste ajudará a transformar a economia do Paraná, sendo uma solução de transporte estratégica para a integração entre os países da região. Assim frisou o presidente da empresa, André Gonçalves, durante o FILMS (Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável), em Foz do Iguaçu, ontem (12). Participaram do painel o coordenador do projeto da Nova Ferroeste, Luiz Fagundes; o economista Bernardo Figueiredo; e o consultor Federico Augusto Olmedo Ramírez, coautor do plano de logística do Paraguai.
Os debates confluíram para a formação do Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio, rota entre os portos chilenos e de Paranaguá, conectando Argentina e Paraguai. “As forças produtivas, na década de 1980, imaginaram a Ferroeste como alternativa para a eficiência logística, mas ela parou em Guarapuava. Hoje, esse novo projeto é uma necessidade para o desenvolvimento do estado, com olhar para a integração com os países vizinhos”, sublinhou. “Queremos que empresários e operadores conheçam e participem da Nova Ferroeste”, reforço Gonçalves.
O engenheiro Luiz Fagundes destacou a preocupação com a sustentabilidade na elaboração do projeto da ferrovia e salientou as condições estratégicas do estado. “Trará redução de 30% dos custos e tornará nossos produtos mais competitivos. A Nova Ferroeste irá transformar o Paraná na central logística da América do Sul”, indicou.
No contexto da integração internacional ferroviária, o engenheiro Federico Ramírez afirmou que o Paraguai pode avançar, articulando esse modal com os transportes rodoviário e fluvial. “Há o convencimento dos setores público e privado da necessidade de desenvolver o modal ferroviário como opção para a hidrovia ou para melhorar a multimodalidade atual”, pontuou.
Aerovias e portos
O segundo dia do FILMS também contou com outros dois painéis: aerovias e portos/hidrovias. Na infraestrutura aeroviária, ressaltou-se o programa de concessões do governo federal e os desafios a serem superados, como o valor do combustível, devido à alta no preço do petróleo, e a alta carga tributária, que limita os serviços das companhias e encarece as pesagens. Chamou atenção ainda a oportunidade de ampliar as conexões entre os aeroportos da região trinacional da Argentina, Brasil e Paraguai.
Os três países dispõem de grande potencial hidroviário e portuário a ser explorado. Para tanto, são necessárias obras para permitir a ampliação da navegação pelos grandes rios do continente, bem como o melhor uso dos portos – cujas limitações das áreas de acesso (continental e marítimo) continuam sendo o principal gargalo para aumentar o fluxo de cargas.
Realização
Com patrocínio da Itaipu Binacional, o fórum logístico tem realização da ACIFI (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu) e execução do POLOIGUASSU (Instituto Polo Internacional Iguassu), além de apoio de instituições da Argentina, Brasil e Paraguai. Detalhes pelo portal www.forumfilms.org.
Foto Wilson Ruanis