Curitiba – As transformações projetadas pela Nova Ferroeste despertaram o interesse de um dos principais grupos ligados ao desenvolvimento com bases socioambientais do mundo. A página Sustainable Markets Initiative (Iniciativa de Mercados Sustentáveis), do Reino Unido, publicou um texto sobre o projeto do Governo do Paraná e aponta a ligação ferroviária Paraná-Mato Grosso do Sul como uma solução capaz de diminuir substancialmente a emissão de gases do efeito estufa e promover o crescimento econômico das regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil.
A Iniciativa de Mercados Sustentáveis foi criada por Charles Philip Arthur George, o príncipe Charles, e apresentada no Fórum Econômico Mundial de Davos em 2020. Ela pretende apresentar ao mercado privado soluções sustentáveis para a transição para um futuro mais saudável. Segundo o texto, considerando que as ferrovias são o meio mais inteligente e eficiente para transportar cargas, conforme apontamento do Banco Mundial, e a necessidade de escoamento de um dos maiores produtores de commodities do mundo, a Nova Ferroeste “surge como uma solução sustentável”.
O site também destaca que há uma carência de infraestrutura para escoar essa produção, sobrecarregando o modal rodoviário, com caminhões movidos a óleo diesel. Com o projeto, haverá redução substancial de acidentes, custos de transporte e desigualdade social. O documento também aponta que o Porto de Paranaguá pode saltar das atuais 45 milhões de toneladas/ano para 100 milhões em 2030.
De acordo com Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário, a publicação internacional é importante porque a iniciativa conta com 482 apoiadores. “Estes gestores procuram liderar as empresas tendo a natureza, as pessoas e o planeta como principais valores da cultura organizacional. Essa publicação é mais um reconhecimento de que o nosso projeto é verde. Desde o início da Nova Ferroeste a relação saudável com o meio ambiente, os povos tradicionais e as pessoas que vivem nas cidades impactadas pela futura estrada de ferro foram determinantes para a formatação final”, disse.
A inclusão da Nova Ferroeste no Sustainable Markets Initiative aconteceu neste ano após um encontro com a equipe do consulado do Reino Unido em São Paulo. Giancarlo Rocco, diretor de Desenvolvimento Econômico e Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, liderou as primeiras tratativas. “A Nova Ferroeste já tinha todas as características necessárias, inclusive para a emissão de títulos verdes. Eles gostaram bastante e me pediram o projeto, que agora está nessa vitrine global”, afirmou.
Foram três meses de reuniões até a aprovação final da inclusão. “Essa iniciativa está ligada à Coroa Britânica. A publicação é um sinal de apoio. Isso nos coloca numa prateleira internacional, permitindo que muitas empresas possam se aproximar da Nova Ferroeste. Já temos nomes interessados em conhecer um pouco mais sobre esse projeto do Governo do Paraná. No ano passado fizemos sondagens de mercado, fomos bem recebidos. A ideia é consolidar ele cada dia mais para que se concretize em prol dos paranaenses”, disse o engenheiro João Sarolli, assessor técnico da Nova Ferroeste, que participou das conversas com os britânicos.
PROJETO VERDE
A vocação da Nova Ferroeste vai além de unir por trilhos Paraná e Mato Grosso do Sul, dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro, e se transformar no segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, perdendo em capacidade apenas para a malha paulista. A ferrovia será verde e sustentável.