Cotidiano

Mais chuva: Previsão do Simepar é mais de 100 mm no fim de semana

Foto: Gilson Abreu/ANPr
Foto: Gilson Abreu/ANPr

A semana acabou com muita chuva e a previsão de ainda mais precipitações para Cascavel e o Oeste do Paraná. Na sexta-feira (27), foram cerca de 50 mm em Cascavel e na maioria das cidades da região. De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), os próximos dias serão “bem molhados”. A previsão é de cerca de 100 milímetros apenas neste fim de semana, sendo que em alguns momentos a chuva será bastante intensa e com a incidência de raios.

Lisandro Jacóbsen, meteorologista do Simepar, disse que isso ocorre porque as chuvas são próprias da primavera e ainda mais intensas com o El Niño, em especial para 2023: “bem mais configurada e clássica para a época”. Segundo Jacóbsen, para a Região Oeste, acabou diminuindo a possibilidade de eventos com mais “severidade”, que são os temporais e chuvas de granizo, mas o que preocupa – e bastante – é o acumulado de chuva, com uma grande quantidade em curto espaço de tempo.

“Na sexta-feira as chuvas vieram bastante fortes e acabou encharcando bem o solo e, durante o final de semana, a previsão é que continue assim e se intensifique ainda mais, por isso, a preocupação com alagamentos devido a quantidade de chuvas”, explicou o meteorologista. Pela a previsão do Simepar, a próxima semana começa com chuva, dias com menos e mais intensidades, e devem permanecer até o dia 8 de novembro com apenas um dia de trégua no dia 31 de outubro.

 

Abaixo de 2022

De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, em Cascavel o abastecimento de água é feito por quatro rios e por 16 poços artesianos, que estão com os níveis regulares e todos com boa vazão, situação é sempre monitorada. A Sanepar informou ainda que desde o começo de janeiro até o dia 19 de outubro deste ano choveu 176 mm e que, o acumulado do ano soma 1.557 mm. Se compararmos com o mesmo período do ano passado, acabou chovendo bem menos, visto em outubro de 2022 choveu 476 mm e o acumulado de janeiro a outubro foi de 2.289 mm, porcentagem superior a este ano.

 

Impacto na agricultura

De acordo com a Previsão Subjetiva de Safra divulgada nesta semana pelo Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, as chuvas volumosas de outubro não tiveram impacto na Região Oeste. O relatório mensal do Deral manteve praticamente inalterados a área e o volume de produção esperados para a primeira safra de milho e soja de 2023/2024.

A expectativa é de que sejam plantados 314 mil hectares de milho e que resultem numa produção de 3,1 milhões de toneladas. O plantio chegou a 91% da área e a maioria das lavouras tem condição boa no campo.

Para a safra de soja são esperados o plantio de 5,8 milhões de hectares, com uma produção de 21,9 milhões de toneladas. “O plantio também avançou consistentemente e atingiu 58% da área total no Estado. As regiões Oeste e Centro-Oeste do Estado praticamente finalizaram o plantio, enquanto que a região Norte está a pleno vapor e o Sul começa a ganhar intensidade a partir desta última semana de outubro”, explicou o analista do Deral Edmar Gervásio.

A estimativa da safra de trigo sofreu novo corte em outubro. Os números do Deral apontam que serão produzidas neste ano 3,86 milhões de toneladas na área de 1,41 milhão de hectares (já 84% colhida). Comparativamente, este volume é 17% inferior ao potencial inicial, de 4,6 milhões de toneladas e aproximadamente 300 mil toneladas, inferior ao que apontava a estimativa de setembro.

De acordo com o Deral, as doenças foram determinantes para a queda da produtividade. Além disso, o excesso de chuvas em outubro colaborou para que não se atingissem produtividades melhores. Além da queda de volume produzido, houve perda de qualidade. “Com chuvas recorrentes e poucos dias de sol, foram poucos os produtores que conseguiram colher o trigo com a umidade de campo ideal, fator que resultou em grãos com aplicações mais restritas pela indústria moageira, ou mesmo trigos que serão direcionados para a alimentação animal”, diz o agrônomo do Deral.

Esse cenário teve pequenos reflexos no preço do trigo. O preço pago ao produtor pela saca de trigo de boa qualidade no dia 25 de outubro foi de R$ 54,00, especialmente nas regiões do Estado que encerraram a colheita. Este valor é 10% superior ao praticado há um mês, R$ 49,00 e, mostra uma busca pelos trigos colhidos antes da chuva. Já os trigos para ração competem pelo mesmo mercado que o milho, que não teve alteração de preço no mesmo período.

 

Cooperativas do Oeste doam 10 t  de alimentos a vítimas das chuvas

Dez toneladas de alimentos foram enviadas esta semana para União da Vitória, na região Sudeste do Estado, para serem distribuídas pela Defesa Civil a famílias vítimas das cheias do rio Iguaçu. A ação é realizada pela C. Vale, Coopavel, Copacol, Frimesa, Lar e Cotriguaçu. A carga é formada por cortes de carnes de frango e suíno.

De acordo com o que foi definido na parceria com a Defesa Civil, os alimentos serão divididos da seguinte forma: 5 toneladas para União da Vitória, 1 tonelada para Rio Negro, 1 tonelada para Porto Amazonas, 1 tonelada para São Mateus do Sul, 1 tonelada para Paulo Frontin e uma 1 tonelada para o município de Paula Freitas, municípios das regiões Sul e Sudeste do Estado castigados pelas chuvas.

 

Solidariedade

O presidente da Cotriguaçu Cooperativa Central, Dilvo Grolli, disse que a ação atende a um dos princípios cooperativistas que é o envolvimento com a comunidade. “Esse é um gesto solidário, de estender a mão a quem precisa principalmente em um momento tão difícil como esse. As cooperativas se sentem honradas em poder colaborar e se somar em um grande mutirão estadual que busca amenizar o sofrimento de tantos paranaenses”.

“Queremos agradecer às cooperativas, aos seus cooperados, à Defesa Civil do Paraná e a todos que, de alguma forma, contribuíram para que essa ação solidária fosse possível”, destaca o superintendente da Cotriguaçu, Gilson Anizelli.

Além de Dilvo e de Gilson, a saída do caminhão com os mantimentos, em direção a União da Vitória, foi acompanhada também pelo gerente da Unidade da Câmara Frigorífica da Cotriguaçu, Edson Vidal, e pelo coordenador de Logística, Jarbas Ronaldo Hartmann.

 

foto: Assessoria