RIO ? Um estudo coordenado pelo Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm, na sigla em francês) confirmou os malefícios provocados pelo ibuprofeno ao feto do sexo masculino. Os pesquisadores concluiram que esta molécula presente em alguns aintiinflamatórios, como o Advil, pode provocar má formação dos sistemas genitais e reprodutivos do feto do sexo masculino a partir do primeiro trimestre de gestação. Além disso, a medicação, que já era contra-indicada às grávidas, também pode prejudicar o coração e os rins do feto ou do recém-nascido a partir do sexto mês de gravidez. A pesquisa foi divulgada na última sexta-feira na revista “Scientific Reports”.
Os cientistas descobriram que o uso de ibuprofeno durante os três primeiros meses de gravidez “suprimem a produção de diferentes hormônios testiculares, incluindo a testosterona, que controla as características sexuais primárias e secundárias e a descida testicular”.
Os experimentos foram realizados com ratos e camundongos de laboratório, combinados com epidemiologia, com o intuito de estudar os efeitos de ibuprofeno no testículo do feto. “A nossa publicação e outras duas publicações recentes pedem extrema cautela no uso desta droga durante o primeiro trimestre da gravidez”, afirmou Bernard Jégou, diretor de pesquisa do Inserm e coordenador do estudo, ao jornal francês “Le Monde”.
Jégou adverte contra a mistura de diferentes analgésicos “Tudo indica que se houver combinação de paracetamol e/ou aspirina e/ou ibuprofeno durante determinados períodos de gravidez, existe um risco de desenvolvimento do sistema urogenital da criança”, disse. Os demais especialistas também recomendam evitar o uso crônico de ibuprofeno até o início do sexto mês de gravidez.
O ibuprofeno é comumente prescrito como analgésico que pode aliviar dores de cabeça, febre ou dor nas articulações, costas, músculos, odontologia ou ginecológico.