Reportagem: Cláudia Neis
Cascavel – Exatamente uma semana após o marco do menor número já alcançado de pacientes à espera de leitos na Macrorregulação Oeste, operacionalizada pelo Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste), nessa quarta-feira (29) outro fato inédito – e digno de comemoração – foi registrado: a fila de pacientes ortopédicos aguardando vaga em hospitais estava zerada ao meio-dia. “É um marco histórico! Nunca, na história da 10ª Regional, pelo menos nos 15 anos que estou atuando na área, nós tínhamos zerado a fila de ortopedia”, comemora o diretor da 10ª Regional de Saúde, João Gabriel Avancini.
Uma série de fatores foi essencial para que se chegasse à situação da ortopedia, que já chegou a registrar espera de mais de 15 dias. “Nós temos uma soma de fatores: as auditorias diárias nos hospitais, o novo fluxo da ortopedia, que distribui os pacientes entre os três prestadores e antes a concentração era muito maior no HU (Hospital Universitário), e uma redução no número de acidentes, que na última semana foi expressiva e nesta foi menor”, enumera João.
O diretor técnico do Consamu, o médico Rodrigo Nicácio Santa Cruz, também cita a questão dos acidentes como um dos fatores que colaboraram para a melhora ou piora na fila de regulação. “É um trabalho a várias mãos. Temos o regulador 24 horas que trabalha lado a lado com enfermeiro na Central, os prestadores que tiveram uma grande conversa com a Regional de Saúde, as auditorias diárias… E só conseguimos organizar dessa forma porque tivemos uma queda de vítimas de trânsito nas últimas 48 horas, o que está diretamente relacionado com a fila. Gostaríamos que fosse assim sempre, mas não é… basta um dia de pico [de acidentes] para desorganizar o sistema e aumentar a espera indesejada”.
PS x fluxo
Quanto à futura abertura do Pronto-Socorro do HU, que traria de volta o sistema “porta aberta”, ou seja, todo paciente ortopédico seria encaminhado direto ao hospital, o diretor da 10ª Regional diz que o fluxo atual não será alterado. “Esse sistema ‘porta aberta’ não existe mais nos principais centros para não sobrecarregar o hospital. Porque tem casos que não precisam ir para o HU, que são mais simples… e quando você coloca tudo lá, o simples ocupa o espaço que faz falta para o mais complexo. O fluxo já prevê que os caos mais graves e emergenciais vão direto para o HU e os outros, que são urgência e não emergência, ficarão na UPA e seguirão o fluxo, que conta com os outros dois prestadores”, esclarece João.