Cotidiano

EUA endurecem políticas de drones e vetam detenções em Guantánamo

WASHINGTON – O governo dos Estados Unidos revisou em documento as políticas do presidente Barack Obama em ataques no exterior com drones, após um processo aberto no ano passado obrigar a edição do uso deste método de ofensiva. As novas regras forçam o endurecimento da prática, buscando minimizar efeitos colaterais e o ataque a civis. Ainda no documento, o governo ressalta que estão vetadas novas detenções de suspeitos de terrorismo na prisão da Baía de Guantánamo.

A publicação do Guia de Políticas Presidenciais, bem como outros documentos do Departamento de Defesa, acontece após um mandado emitido em fevereiro pelo juiz Colleen McMahon, que exigiu que o Departamento de Justiça preparasse esse documento.

Ainda de acordo com o novo documento, o governo afirma que suspeitos detidos no exterior “em nenhuma circunstância serão levados às instalações de detenção da Base Naval da Baía de Guantánamo”. A decisão demonstra mais um esforço de Obama em desmobilizar a prisão em território cubano, uma de suas promessas de governo.

ESFORÇO POR TRANSPARÊNCIA

Obama prometeu em 2013 maior transparência sobre operações contra o terrorismo, incluindo ataques com “drones” no exterior, em meio a pedidos de alguns parlamentares americanos e grupos de direitos humanos. Ele disse em abril que os procedimentos de ataques com drones dirigidos a supostos terroristas eram revisados constantemente.

Na ação judicial, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) solicitou informações sobre a lei e as políticas utilizadas para justificar a força letal e como o governo escolhe seus alvos, geralmente em lugares contra os quais os EUA não estão em guerra. Mais de 2.300 suspeitos de terrorismo foram mortos neste tipo de ataque, principalmente em países como Paquistão, Afeganistão e Iêmen.

O governo dos EUA tem defendido o uso de drones na sua luta contra a al-Qaeda e outros grupos jihadistas. Ataques com “drones” mataram pelo menos 64 civis, gerando raiva em vários setores e cobrando os EUA por falhas em seus procedimentos.