Curitiba – Os três candidatos que ficaram nos primeiros lugares da eleição para prefeito em Curitiba em 2012 aparecem como possíveis beneficiários de uma contabilidade paralela da Odebrecht. As tabelas foram publicadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, no portal da internet UOL, depois de os diretores da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, terem decidido fazer delação premiada. Os documentos, segundo o jornalista, foram liberados pela Justiça Federal na terça-feira.
Na lista, aparecem registros de supostas doações para os candidatos do PDT, do PSC e do PSB em Curitiba. Eles eram respectivamente o atual prefeito Gustavo Fruet, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, e o deputado federal Luciano Ducci.
A relação, segundo o blog de Fernando Rodrigues, teria sido encontrada na fase Acarajé, da Operação Lava Jato, um mês atrás. Nela, aparecem 200 políticos de 18 partidos e de vários estados. As planilhas estariam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
A tabela publicada no blog, dividida por estados, tem cinco linhas dedicadas ao Paraná. Os três partidos que participaram da campanha de 2012 com candidatos que tinham chances de ir ao segundo turno aparecem com doações de R$ 250 mil.
Em um outro arquivo, aparecem os nomes dos candidatos com registros de supostas doações. Luciano Ducci teria recebido R$ 500 mil, Gustavo Fruet R$ 300 mil e Ratinho é citado com R$ 250 mil.
Outro lado
A assessoria de Fruet afirmou que o prefeito jamais recebeu dinheiro da Odebrecht em nenhuma campanha eleitoral. A prefeitura também diz que não tem negócios com a empreiteira. Luciano Ducci afirmou que não tinha conhecimento de qualquer doação da Odebrecht para sua campanha. Ratinho Jr. não foi encontrado para dar sua versão.
Outros paranaenses
A lista de Fernando Rodrigues traz ainda outros políticos paranaenses: o governador Beto Richa, a senadora Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Paulo Bernardo, Jorge Samek e Marcia Lopes (irmã do ex-ministro Gilberto Carvalho que disputou a Prefeitura de Londrina em 2012. Todos, entretanto, negam ter recebido recursos da Odebrecht.