São Paulo – O setor público registrou superávit de R$ 27,9 bilhões em janeiro deste ano, informou o Banco Central, aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve melhora na esfera federal, mas piora nos dados dos governos regionais.
Na quinta-feira, o governo já havia informado que uma questão contábil faria com que o resultado na esfera federal apurado pelo BC (R$ 20,9 bilhões) ficasse bem acima do anunciado um dia antes pelo Tesouro Nacional (R$ 14,8 bilhões).
Em dezembro, o BC registrou como déficit algumas dívidas com bancos públicos que só entraram na estatística do Tesouro em janeiro. O BC estima que o resultado divulgado nesta sexta esteja cerca R$ 8 bilhões acima do apurado pelo Tesouro por conta desse fator.
Na quinta-feira, o Tesouro informou também que o resultado de janeiro estava influenciado por um fator atípico, uma arrecadação extraordinária de R$ 11 bilhões com o leilão de hidrelétricas de novembro.
O BC lembrou ainda que janeiro é um mês historicamente favorável para as contas públicas, o que explica porque o resultado voltou a ficar positivo, após oito déficits registrados entre abril e dezembro do ano passado.
Estados
O BC informou ainda que estados e municípios fecharam o mês de janeiro com superávit de R$ 7,98 bilhões, abaixo dos R$ 10,5 bilhões do mesmo período de 2015.
“O ritmo da atividade já vem afetando as contas dos governos regionais e isso tende a continuar, a despeito do aumento de algumas alíquotas de ICMS neste início de ano”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
No ano passado, por exemplo, a receita do principal tributo dos Estados, o ICMS, teve uma queda real (descontada a inflação) de 5,5%.