Cotidiano

Análise: ?Partiu desafio!? tem menos teatro e mais amor à graxa

34527_ep104_008.jpgRIO – Tudo começou em 2003, quando a série ?American chopper?? levou a moda dos reality shows ao mundo das máquinas e dos motores. Logo veio ?Overhaulin??, programa em que Chip Foose, famoso ?enfeitador? de carros da Califórnia, fazia seu trabalho na frente das câmeras. Links Discovery

A onda pegou e, desde então, dezenas desses big brothers de garagem pipocaram nas TVs a cabo. São, quase todos, superproduzidos e dedicados a impressionar o grande público ? mas de um espantoso primarismo técnico para quem realmente manja de porcas e parafusos. Pior: esses reality shows se transformaram em constrangedores teatrinhos, cada vez mais encenados e menos reais.

?Partiu desafio!? foge ao comum. Está mais para aula de sociologia automotiva do que para ?BBB?? de embonecar veículos. Ex-mecânico da F1, Marc ?Elvis? Priestley entende o que acontece na frente das câmeras. E, como devoto de Nossa Senhora da Combustão Interna, curte tudo o que se move sobre rodas.

Vai à África do Sul conhecer a turma que faz ?zerinhos? no asfalto até os pneus explodirem (qual em certos subúrbios cariocas), mostra desafios de barquinhos motorizados na Tailândia e prepara um velho Saab 900 para uma prova de rallycross na Suécia. O ápice é quando se enturma com os pilotos de arrancada em Havana (mas sem as cascatas do programa ?Cuban chrome??, também do Discovery). Essa mistura de variedade, pouca encenação, zero glamour e muita paixão por máquinas funciona para quem ama cultura automotiva.