CLIMA

Cascavel: Com tempo seco e geadas, incêndios se multiplicam em julho

Geadas e falta de chuva, além da irresponsabilidade de alguns, aumentam número de incêndios ambientais - Foto: CBMPR
Geadas e falta de chuva, além da irresponsabilidade de alguns, aumentam número de incêndios ambientais - Foto: CBMPR

Cascavel e Paraná - O tempo seco aliado à vegetação queimada pelas geadas registradas neste inverno tornou-se um fator preocupante para o Corpo de Bombeiros de Cascavel, que está em alerta com o aumento de focos de incêndio, principalmente na área urbana. Dados do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros apontam que, neste mês de julho, foram registrados 35 focos de incêndio até ontem (22), número três vezes maior que no mesmo período do ano passado, que teve 12 focos.

A vegetação seca e vulnerável está visível em diversos pontos da cidade, o que preocupa ainda mais os bombeiros. Em todo o mês de julho de 2024 foram registrados 28 focos, número já superado neste mês que ainda não terminou. Outro dado que chama a atenção é que, de janeiro a julho do ano passado, foram 132 atendimentos. Neste ano, já são 124, e a tendência é que esse número seja superado.

De acordo com o tenente Lucas Delai, esse cenário já era esperado com a chegada da geada forte, que deixa a vegetação mais seca — uma característica do inverno e altamente propensa a incêndios. “Nesta época do ano é comum termos esse aumento de ocorrências de incêndio em vegetação, e neste mês está ainda maior e mais preocupante”, disse Delai. Segundo ele, a tendência é de aumento até o fim do mês, devido ao mato seco e à ausência de chuva.

“Temos uma expectativa de tempo seco por muitos dias, principalmente enquanto não tivermos uma boa chuva, o que aumenta a demanda por atendimento. Temos três postos operacionais na cidade e apenas três caminhões de combate a incêndios. Não conseguimos atender a todos, pois são vários focos ao mesmo tempo. Acabamos priorizando os locais com risco maior”, salientou o tenente.

Riscos e Prevenção de Incêndios

Delai explicou que há locais mais perigosos, com risco para edificações próximas. Já em outros, os focos são menores, embora causem incômodo por conta da fumaça. Ele reforça que não é possível atender todos. Outro problema recorrente é a insistência de algumas pessoas em atear fogo em lixo, muitas vezes nas calçadas ou em terrenos, prática que é proibida.

“Muitas pessoas ainda têm o hábito de queimar lixo, limpar terrenos com fogo, juntar mato e folhas para queimar. Nesta época do ano, isso costuma sair do controle e causa incêndios. Para não dizer todos, mas quase todos os incêndios em vegetação que atendemos são causados por ação humana; queimas mal controladas para limpar lotes ou lixo queimado que gera fagulhas e incendeia a vegetação seca”, alertou.

Casos Recentes e Conscientização

No último fim de semana, por exemplo, o fogo atingiu um terreno no bairro Maria Luiza e provocou uma fumaça intensa. No sábado (20), chamas destruíram um bambuzal no bairro Santa Cruz. O fogo fez com que parte da vegetação caísse sobre o muro de uma casa vizinha, causando susto e preocupação aos moradores.