Agronegócio

Queda no preço das commodities agrava ainda mais a crise no setor de fertilizantes

Queda no preço das commodities agrava ainda mais a crise no setor de fertilizantes

Cascavel – O setor de fertilizantes enfrenta uma das crises mais desafiadoras dos últimos dez anos. A queda nos preços das commodities agrícolas, como soja e milho, aliada ao aumento do câmbio em economias emergentes, como o Brasil, tem pressionado as margens de lucro, elevado os custos operacionais e exposto vulnerabilidades nas grandes corporações do segmento.

A retração nos preços das commodities impactou fortemente a capacidade de investimento dos produtores rurais, o que afetou diretamente a receita das principais empresas do setor. A Mosaic, por exemplo, viu uma redução de 21% em sua receita no terceiro trimestre de 2024, enquanto Yara e Nutrien registraram quedas de 6% e 5%, respectivamente. A Nutrien, em particular, anunciou cortes significativos, incluindo o fechamento de unidades no Brasil, evidenciando as dificuldades que até mesmo os líderes de mercado têm enfrentado.

Obstáculos

O câmbio elevado representa um dos maiores obstáculos, especialmente em mercados emergentes como o Brasil. Empresas que dependem de insumos dolarizados, como gás natural, ou que operam em moedas locais mais instáveis, têm sofrido duramente. O exemplo da Nutrien, que enfrentou perdas de US$ 220 milhões em derivativos cambiais não autorizados no Brasil, é um caso emblemático. Isso evidencia a importância de uma gestão financeira robusta em tempos de volatilidade global.

Mesmo diante de um cenário adverso, algumas companhias têm se destacado. A CF Industries, por exemplo, obteve uma margem EBITDA de 43,2% e o maior ROIC do setor, de 12,2%, impulsionada por sua diversificação em produtos de maior valor agregado, como amônia e ureia. Por outro lado, empresas como Yara e Mosaic continuam a enfrentar dificuldades para recuperar suas margens operacionais, apresentando resultados ajustados de EBITDA bem abaixo de seus melhores desempenhos passados.