Agronegócio

Produção de feijão vive realidades distintas no País

IDR-Paraná apresenta novas cultivares de feijão no Show Rural
IDR-Paraná apresenta novas cultivares de feijão no Show Rural

Cascavel – Enquanto algumas áreas rendem em torno de 80 sacas por hectare, outras têm dificuldade para chegar a 30. A variação na produtividade das áreas de plantio de feijão no Brasil pode ser influenciada por uma combinação de fatores, que serão discutidos no 9º Fórum do Feijão, realizado pelo Instituto Brasileiro de Feijão, Pulses e Colheitas Especiais, em Brasília, nos dias 20 e 21 de setembro.

A diferença de produtividade entre áreas de plantio pode ser atribuída a uma combinação de diversos fatores agronômicos, climáticos, de manejo e genéticos. Melhorar o potencial das áreas de plantio de Feijão requer uma abordagem abrangente e integrada, considerando os diversos fatores que influenciam o rendimento das lavouras.

Uma das causas percebidas e apontadas pelos produtores, pesquisadores e agrônomos é que tanto a falta de vontade do produtor quanto as falhas na comunicação entre pesquisa e campo podem coexistir e se influenciar mutuamente. Por exemplo, um produtor desmotivado pode não buscar informações atualizadas, enquanto a falta de acesso a informações relevantes pode levar à desmotivação. Para abordar esses problemas, é crucial adotar ações amplas que envolvam a colaboração entre instituições de pesquisa, extensionistas, organizações agrícolas, governos e produtores.

“O Ibrafe vem fazendo esse trabalho ao longo dos seus 17 anos, buscando integrar cada vez mais a cadeia como um todo, principalmente por meio do conteúdo dos eventos Fórum do Feijão e Pulse Day. Estes eventos chamam a atenção do setor para as novidades, motiva produtores a se reunirem em uma grande oportunidade de nivelar o conhecimento por cima e auxiliar nos resultados da colheita”, declarou o presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders.

O engenheiro agrônomo e consultor técnico Edson Antônio Pina explica que, infelizmente, os principais órgãos de pesquisa do país como Embrapa, IAC, IAPAR, não conseguem chegar a todas as regiões.

“Para que isso aconteça as parcerias com as consultorias e pesquisas particulares ajudam muito na disseminação de novas tecnologias regionais. Os órgãos de pesquisa são bem acessíveis, mas em cada região as consultorias vão desenvolvendo suas tecnologias para aquele local”, destaca Pina.

Para o consultor Diuverclei Rodrigues, que trabalha há 32 anos na área, é preciso alinhar produtividade e lucratividade. “O importante para o produtor não é só focar em altas produtividades, mas sim em buscar alta lucratividade por unidade de área. A produtividade de 50 a 65 sacas por hectare é muito rentável se o produtor conseguir manejar seus custos de insumos e energia, por exemplo”, explica Rodrigues.

Ele reforça ainda que o Feijão tem que ser tratado com muita dedicação em cada uma das suas particularidades de manejo para cada época de plantio. “O Feijão pode ser apaixonante e quem tem paixão pela cultura consegue produzir sempre com rentabilidade. A melhor forma para o produtor ir melhorando as produtividades e a lucratividade com a cultura do Feijão é tratá-lo como Feijão e não simplesmente achando que é uma cultura como a soja, por exemplo”, enfatizou.

A produtividade e a lucratividade serão apenas um dos assuntos abordados nos dois dias do Fórum Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais, em Brasília.  Este ano, o evento tem como tema “Segurança Alimentar – Irrigação é Fundamental” e vai debater assuntos de alta relevância para todos os elos dessa cadeia com pesquisadores, sementeiros, empacotadores, produtores e demais players estarão presentes, além de convidados especiais para falar sobre temas específicos.

Foto: Divulgação/Ibrafe