Agronegócio

Mensuração florestal

Por Pedro Henrique Riboldi Monteiro - Artigo Aefos/ PR

A evolução do ser humano em sociedade garantiu a sobrevivência da espécie. Durante esse processo de desenvolvimento, os homens utilizaram os recursos naturais como fonte de matéria-prima. A primeira forma de comercialização desses recursos era simples e arcaica conhecida como troca ou escambo, porém a adoção de valores monetários necessitou de um sistema de medidas, o qual permitiu mensurar de forma quantitativa diferentes produtos, como uma planta de um animal e determinar um valor conforme a medida.

Nas ciências florestais, a dendrometria (palavra do grego Dendro = árvore e Metria = medida), também é conhecida como dasometria, silvimetria, biometria florestal, mensuração florestal, é a área que se encarrega da determinação ou estimação dos recursos florestais, quer seja uma árvore individual, com a finalidade de indicar com precisão o volume, o incremento ou a produção e/ou crescimento ao longo do tempo.

Porém, o uso da dendrometria não tem como finalidade única o cunho comercial e pode ser aplicada com o objetivo de ordenamento – em que os produtos florestais não imediatos também são considerados, por ser um capital de renda a longo prazo ou até perpétuo, ou seja, um rendimento sustentável. O processo de sustentabilidade necessita de um manejo, o qual é determinado por um plano de ordenamento bem elaborado e estruturado, baseado em conhecimentos precisos sobre o desenvolvimento da espécie utilizada, o local ou sítio em que está ou será estabelecido.

A dendrometria ainda pode ser utilizada com o objetivo de pesquisa, por meio do uso e da aplicação de diferentes instrumentos, técnicas, métodos, tabelas e processos de amostragem, os quais são testados, avaliados e determinados como sendo ideais para cada projeto, determinando ou estimando com precisão o desenvolvimento da floresta.

Os parâmetros avaliados para quantificar os produtos e subprodutos de uma floresta dependem de variáveis consideradas básicas. Os parâmetros são o diâmetro, a altura e a área basal, cada qual considerado como uma medida direta e indireta, respectivamente. Esses termos condizem com a forma que essas variáveis são obtidas/medidas. No caso de diâmetros, a mensuração pode ocorrer diretamente sobre a planta, ou seja, ao alcance do ser humano: por exemplo: o diâmetro, a altura do peito (DAP), a circunferência, a altura do peito (CAP), o comprimento de toras, a espessura de casca, o número de anéis de crescimento. Enquanto as medidas indiretas são as não possíveis de alcançar, ou de difícil acesso, sendo assim utilizados equipamentos para obtenção dessa medida, como alturas de árvores em pé, área basal, diâmetro a várias alturas com o Relascópio de Bitterlich.

Dentre as variáveis de diâmetro, a mais importante é o DAP, que é tomada a 1,30m do solo; a altura (h) a ser considerada é a altura total, e com essas é possível calcular a área basal (G) – ou a soma das áreas transversais de uma árvore ou da floresta, referindo-se assim à ocupação de cobertura da floresta à altura de 1,30m do solo. Essa medida indica a densidade de vegetação de um ecossistema. Com essas variáveis é possível obter/determinar o volume total produzido, o crescimento e as idades de estagnação de crescimento e de corte da floresta.

Por isso, para obter e calcular a produção de empreendimentos florestais sem que ocorra sub ou superestimação, é necessário que um profissional qualificado e habilitado – neste caso engenheiros florestais ou agrônomos – sejam consultados, pois eles determinarão quais os melhores métodos, técnicas e instrumentos deverão ser aplicados a fim de minimizar os erros e determinar com maior precisão a qualidade do empreendimento e a produção final.

Pedro Henrique Riboldi Monteiro é doutor em Engenharia Florestal, associado da Aefos/PR – [email protected]