Agronegócio

Deral: Triticultor pode enfrentar dificuldades na hora da comercialização

Colheita de trigo. Pitanga,11/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN
Colheita de trigo. Pitanga,11/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

Cascavel – Com uma estimativa inicial de área plantada de 175 mil hectares de trigo na área de cobertura da regional da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento) em Cascavel, as intempéries climáticas têm levado alguns municípios da região a colher abaixo de 2 mil quilos por hectare. Ou seja, está bem aquém do previsto inicialmente, que era de 3.350 quilos por hectare. Hoje, a média regional colhida oscila entre 2,5 mil e 2,8 mil quilos por hectare.

A informação é da economista do Deral (Departamento de Economia Rural), do escritório regional da Seab de Cascavel, Jovir Esser. Enquanto a chuva não dá trégua, o triticultor espera o sol para novamente iniciar a lida no campo para fins de colheita do cereal. Hoje, a saca do trigo está cotada a R$ 96.

A regional de Cascavel está com 20% da área colhida de trigo, realidade próxima dos demais municípios paranaenses, com 19%, conforme o mais recente boletim divulgado ontem (13), pelo Deral. “Evidentemente que alguns fatores contribuíram para que a produtividade registrada neste momento esteja um pouco distante do previsto”, comenta Jovir Esser. Segundo ela, um dos indicadores que se leva em conta no momento da comercialização do cereal é o PH. O ideal é 78, mas muitos municípios têm registrado abaixo disso.

Com isso, o produtor perde na questão relacionada ao peso e qualidade do trigo. Nos últimos dias, em função das chuvas torrenciais registradas [conforme matéria de capa da edição de 13 de setembro do Jornal O Paraná], a umidade tem comprometido a qualidade da semente. “E considerando que temos pela frente a possibilidade de dias chuvosos na sequência, já começa a ser sinalizada uma safra não muito satisfatória”, pontua a economista do Deral.

No campo, 70% das lavouras estão em fase de maturação e pré-colheita na microrregião de Cascavel abrangendo 25 municípios. “A umidade excessiva compromete sensivelmente a qualidade do produto”, reforça Jovir. “No momento de vender, o agricultor tende a receber um valor menor. Vamos torcer para que na sequência o tempo fique firme e possa ocorrer uma colheita satisfatória”.

Entre os fatores que afetaram as áreas de trigo colhidas até então, são a estiagem responsável por comprometer as primeiras áreas plantadas e alguns tratos culturais que “ficaram a desejar”, na opinião da economista do Deral.

BOLETIM DO DERAL

A SEAB, por intermédio do Deral, divulgou nesta terça-feira o seu mais atualizado boletim semanal sobre a situação das lavouras no Estado. De 12% do boletim da semana passada, o percentual de colheita do trigo no Estado já chega a 19%. Do total já colhido, 78% apresentam boas condições, 19% média e 3% ruim. Sobre a fase de desenvolvimento do cereal nas lavouras, 38% estão em frutificação, 37% em maturação, 16% em floração e 9% em desenvolvimento vegetativo.

Já o milho 2ª safra está com 97% da área colhida no Paraná. As lavouras de milho apresentam 69% de boas condições, 26% de média e 5% ruins. Já em relação à safra 2022/23, o milho 1ª safra está com 32% da área plantada, sendo 98% em boas condições e 2% médias. Do total, 53% estão em fase de germinação e 47% em desenvolvimento vegetativo. Já o feijão 1ª safra está com 18% da área plantada. Com relação às condições, 93% estão boas e 7% em situação média.

Foto: Arquivo/AEN