Agronegócio

Balança comercial: Agro tem superávit recorde em 5 meses

Foi o maior valor da história para o período

 Foto: Aílton Santos
Foto: Aílton Santos

Curitiba – O saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro de janeiro a maio deste ano registrou superávit de US$ 36,6 bilhões, o maior valor da história para o período, superando o saldo de 2018, segundo dados do Ministério da Economia compilados pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Os principais produtos exportados no agregado dos cinco primeiros meses do ano foram a soja em grãos (US$ 16,3 bilhões), a carne bovina in natura (US$ 2,8 bilhões), a celulose (US$ 2,6 bilhões), a carne de frango in natura (US$ 2,6 bilhões) e o farelo de soja (US$ 2,3 bilhões).

Juntos, eles representam 63,4% da pauta exportadora do agro brasileiro no período. Os principais destinos das vendas brasileiras de janeiro a maio foram a China (US$ 16,5 bilhões, 39,3%), a União Europeia (US$ 6,9 bilhões, 16,4%), os Estados Unidos (US$ 2,5 bilhões, 6%), a Turquia (US$ 873,9 milhões, 2,1%) e o Japão (US$ 837,5 milhões, 2%).

Levantamento do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostra que até maio de 2020 as exportações brasileiras totalizaram US$ 84,51 bilhões e as importações, US$ 68,94 bilhões, com superávit de US$ 15,57 bilhões.

A diferença seria ainda maior, não fossem alguns entraves históricos que dificultam a vida de quem deseja despachar mercadorias para outros países: “O agente exportador precisa ter mais profissionalismo, conhecer e gerenciar o processo de internacionalização. Já o Brasil precisa ser mais competitivo, diminuir a enorme quantidade de regulamentações e a demora na verificação de documentos, melhorar suas políticas cambiais e diminuir os custos financeiros elevados no mercado”, enfatiza o advogado Arthur Achiles de Souza Correa, que foi membro da Câmara Britânica de Comércio de 2008 a 2019 e atua em direito do comércio exterior e internacional há 18 anos.

Para ele, “outros empecilhos que dificultam a vida das empresas brasileiras na hora de exportar envolvem o sistema tributário, a infraestrutura de transporte e logística, poucos financiamentos disponíveis, adequação do produto para atender às demandas dos compradores, escala de produção e mão de obra qualificada”.