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Apesar de ‘tímida’, chuva paralisa a colheita de milho na região Oeste

Sobre o potencial das lavouras, nas regiões mais altas, como Cascavel e Catanduvas, as áreas apresentam alto potencial produtivo

Colheita de milho - 2021. Foto: Gilson Abreu/AEN
Sobre o potencial das lavouras, nas regiões mais altas, como Cascavel e Catanduvas, as áreas apresentam alto potencial produtivo. Foto: Gilson Abreu/AEN

As chuvas registradas no fim de semana e nesta segunda-feira, em Cascavel e em alguns municípios do oeste paranaense, em volumes tímidos, não comprometeram de maneira tão intensa a fase de colheita do milho segunda safra.  

Esse é um momento em que a umidade não é tão bem-vinda, pois o milho safrinha, como é conhecido, está com o ciclo praticamente fechando na região. “Não tem desenvolvimento vegetativo, ou seja, não há necessidade de chuva”, comenta o gerente regional do IDR-Paraná em Cascavel, Lindomir Pezzenti, em entrevista concedida ontem (17), à equipe de reportagem do Jornal O Paraná. “Ainda bem que choveu de maneira tímida, pois estamos em um momento de colheita. O pessoal para de colher, mas assim que o tempo abre novamente, eles retomam os trabalhos no campo”, destaca.

Na captação do rio Cascavel, foi registrado no domingo um volume de 1,1 milímetros. Já para o trigo, o cenário é inverso. A cultura depende de chuva e frio para perfilar e se desenvolver. “Essa chuva resolve pouco para o trigo, pois sequer molhou a terra”, comenta o gerente regional do IDR-Paraná em Cascavel.

A colheita atingiu até agora um índice de 30% a 40%, segundo informa ao O Paraná o Engenheiro Agrônomo Airton Cittollin, da Cittolin Alimentos. “Em alguns lugares, não choveu. A questão é que qualquer umidade leva a suspensão da colheita até que o tempo volte a ficar firme novamente”.

A equipe de reportagem também ouviu o presidente da AREAC (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos), Engenheiro Agrônomo Fernando Pereira. Conforme o profissional, há um incremento na área do milho segunda safra no Paraná de 10,9%. Porém, ocorreu uma redução na produtividade de 8,2%. Para falar do milho segunda safra, é preciso relembrar a safra anterior. “Tivemos um ano em que as altas temperaturas encurtaram o ciclo da soja, possibilitando que o produtor fizesse a semeadura do milho mais cedo do que nos últimos anos”, salienta. Para se ter uma dimensão, o plantio nessa última segunda safra de milho foi a mais rápida dos últimos cinco anos.

Sobre o potencial das lavouras, se dividir o Oeste, nas regiões mais altas, como Cascavel e Catanduvas, as áreas apresentam alto potencial produtivo, pois acabaram recebendo um pouco mais de chuva. O mesmo é observado nos municípios margeados pelo Parque Nacional do Iguaçu. Em contrapartida, àqueles situados beira-lago, a escassez hídrica foi mais intensa e vai gerar redução na produtividade. Mesmo cenário observado na região de Palotina, em direção ao Norte do Estado.