RIO – O desafio do balde de gelo, que viralizou em 2014, financiou uma importante descoberta científica no estudo da esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa ainda incurável.
Segundo a Associação ELA, ONG americana que financia pesquisas sobre a doença, o desafio conseguiu US$ 115 milhões (R$ 376,9 milhões) em doações com as pessoas participantes virando um balde com água gelada nas próprias cabeças e postando vídeos em redes sociais. O desafio, que teve mais de 17 milhões de participantes, foi criticado como algo para chamar atenção, mas financiou pelo menos seis pesquisas sobre a antes pouco conhecida ELA.
O trabalho do Projeto MinE, um grupo de pesquisadores independentes fundado em 2013 por dois pacientes com a doença, foi publicado na revista especializada Nature Genetics. É a maior pesquisa já feita sobre a ELA hereditária, também conhecida como doença do neurônio motor: foram mais de 80 pesquisadores em 11 países analisando os genes de famílias de vítimas.
“As análises genéticas avançadas que levaram a essa descoberta só foram possíveis porque havia um grande número de amostras disponíveis”, disse à BBC Lucie Bruijn, representante da associação.
Com a identificação do gene NEK1, cientistas agora podem desenvolver uma terapia genética para tratar a ELA hereditária.