Cotidiano

Vaccari e Duque viram réus em mais uma ação na Lava-Jato

SÃO PAULO. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque se transformaram em réus em mais uma ação penal na Justiça Federal de Curitiba. O juiz Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira denúncia por propinas pagas pelo Estaleiro Jurong na contratação de sondas pela Petrobras, por meio da Sete Brasil. Também são réus na ação Guilherme Esteves de Jesus, representante do estaleiro, e dois delatores da Lava-Jato – Eduardo Costa Vaz Musa e João Carlos de Medeiros Ferraz. Pedro José Barusco Filho, também acusado, é delator da Lava-Jato e Moro suspendeu o processo em relação a ele, por em outras ações da Lava-Jato ele já foi julgado e atingiu o limite de penas acertado no acordo de delação.

Segundo a denúncia, a propina era de 0,9% do valor do contrato. Dois terços seriam destinados ao PT, com arrecadação de Vaccari, e o restante dividido entre executivos da Petrobras (Renato Duque e Roberto Gonçalves) e da Sete Brasil (Pedro José Barusco Filho, Eduardo Costa Vaz Musa e João Carlos de Medeiros

Ferraz), o que significava um sexto para cada grupo.

Teria ficado acertado que os Estaleiros Atlântico Sul, Enseada do Paraguaçu e Rio Grande pagariam somente as propinas dirigidas ao Partido dos Trabalhadores, o Estaleiro Jurong pagaria somente propinas dirigidas aos executivos da Petrobras e aos da Sete Brasil, enquanto que o Estaleiro Keppel Fels pagaria a todos

Nesta ação foram rastreados pagamento de propinas para feitos pelo Grupo Jurong, que ficou com sete sondas das 21 contratadas pela Sete Brasil para a Petrobras. Somados, os contratos chegaram a US$ 43,9 bilhões. Foram ainda celebrados contratos vinculados a cada sonda, num total de US$ 5,6 bilhões.

Foram rastreados pagamentos em contas no exterior a Pedro Barusco (U$S 2,7 milhões), João Carlos de Medeiros Ferraz (US$ 1,7 milhão), Eduardo Musa, feitos com contratos simulados.

Vaccari responderá por corrupção e Guilherme Esteves de Jesus por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Os demais respondem por corrupção e lavagem de dinheiro.

Esteves de Jesus teria ordenado pagamentos a Musa e Ferraz e em seus endereços foram apreendidas planilhas relacionadas a outros pagamentos.